De olho nas eleições de 2022, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), mira conforme o portal UOL a expansão do partido e projeta uma base eleitoral sólida para a disputa no Rio de Janeiro. O estado é berço político do seu antecessor no cargo, Rodrigo Maia (DEM). Por isso, o nome do governador em exercício do estado, Cláudio Castro (PSC), é dado como certo para entrar na legenda.
A migração de Castro para o PP agradaria o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que apoiou a eleição de Lira, e facilitaria a aprovação de emendas com o apoio da bancada fluminense na Câmara.
A troca de partido soa como uma oportunidade para Castro, que assim se “desgarraria” do PSC, partido do governador afastado Wilson Witzel —que ainda fica longe do cargo por um ano— e do Pastor Everaldo, que continua preso.
O convite a Castro foi feito na última semana por Lira e pelo presidente nacional da legenda, o senador Ciro Nogueira (PP-PI). No novo partido, ele seria candidato ao governo do Rio nas eleições do ano que vem, na disputa com um eventual candidato lançado por Maia e pelo prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (DEM).
Conselheiro no PP
Em entrevistas recentes, Castro confirmou o convite, mas evitou uma decisão. “É um grande partido. A gente trata todos os convites com respeito e carinho. Tenho vários convites. Não tenho pressa de tomar essa decisão”, se esquivou. As conversas dele com o PP contam com um interlocutor de peso: o ex-vice-governador Francisco Dornelles.
Decano do PP, Dornelles foi uma espécie de “conselheiro” quando Castro foi alçado ao cargo, em agosto do ano passado. Dornelles viveu situação semelhante.
Em novembro de 2019, assumiu o posto de governador após ver Luiz Fernando Pezão (MDB) ser preso por supostos atos de corrupção.
Primo em segundo grau do ex-presidente Getúlio Vargas, Dornelles também é sobrinho de Tancredo Neves e primo em segundo grau de Aécio Neves (PSDB).
Apesar de pouco expressivo como cabeça de chapa, Dornelles integrou boa parte dos governos das últimas décadas e chegou a ser ministro da Indústria e Comércio do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).