Partidos que apoiaram a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) à presidência da Câmara dos Deputados ameaçam obstruir pautas caso o novo presidente, Arthur Lira (PP-AL), mantenha a decisão de tirar as legendas opositoras da composição da Mesa Diretora da Casa. Antes de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), os nove partidos que apoiaram a candidatura de Baleia tentarão um último acordo com Lira na tarde desta terça-feira.
— Vamos pedir ao Lira que ele não faça, hoje (terça-feira), a eleição para a Mesa Diretora. Se ele insistir nessa injustiça, vamos obstruir os trabalhos da Câmara. Somos onze partidos. No parlamento há 211 deputados que não votaram no Lira. Se ele quiser começar o mandato dele desta forma, vamos ver como vai ser — disse a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB).
Nesta terça, os nove partidos que apoiaram Baleia, incluindo o PT, que tem o maior número de cadeiras na Câmara, assinaram uma nota anunciando que recorrerão ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão de Lira. Uma última cartada, porém, será dada hoje. Líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL) vem tentando demover Lira da ideia anunciada ontem pelo agora presidente da Câmara. Só após o eventual fracasso nas tratativas, a oposição judicializará a questão no STF.
Lira alega atraso
Vitorioso na eleição à presidência da Câmara, Arthur Lira alega que o bloco de Baleia Rossi perdeu o prazo, que era até o meio-dia desta segunda-feira, para ser registrado. Com isso, os partidos que apoiam Baleia perderiam o direito de indicar seus filiados para cargos na mesa diretora. Por conta do número de deputados, partidos que se opuseram à candidatura de Lira, como PT, PSDB, PSL, Rede, PDT e DEM teriam direito respectivamente à primeira secretaria da Câmara, à segunda secretaria, à terceira secretaria; à quarta secretaria e a indicação de suplências.
O bloco de Baleia argumenta que o registro não foi feito no sistema por um problema técnico.