O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta último sábado (30) que vai comprar a vacina russa Sputnik V caso ela seja aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Se a Anvisa aprovar, a gente vai comprar a Sputnik. Tem um ‘cheque’ meu, assinado em dezembro, de R$ 20 bilhões para comprar esse material”, afirmou na manhã de ontem, em entrevista transmitida pela CNN Brasil.
Depois de fazer críticas à CoronaVac (produzida pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo), Bolsonaro afirmou que compraria qualquer vacina que fosse aprovada pela Anvisa, mas não havia feito citado a Sputnik V.
Na sexta-feira (29), o governador do Piauí e coordenador de vacinas do Fórum dos Governadores, Wellington Dias (PT), pediu urgência ao Senado para pautar uma proposta para acelerar a análise do uso da vacina russa no Brasil. O Congresso Nacional deve voltar aos trabalhos deliberativos na semana que vem.
O projeto baseia-se em Medida Provisória que estabelece que a Anvisa deverá autorizar temporariamente o uso emergencial de vacinas já aprovadas pelos órgãos competentes de outros países.
A Sputnik V é desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, em Moscou, e fechou parceira com o laboratório União Química para produção da vacina no Brasil.
A empresa tenta protocolar um pedido de uso emergencial do imunizante mas, de acordo com a Anvisa, faltam documentos como a autorização para a realização dos testes da fase 3 em humanos.
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), foi o primeiro a buscar parceria com a vacina Sputnik V em meados do ano passado e se movimenta para adquirir da Rússia, sem a intermediação do governo federal. Para isso, decidiu acionar o Supremo Tribunal Federal.
“Não podemos assistir passivamente a baianos e brasileiros morrendo diariamente diante da incapacidade do Governo Federal. Se eles não têm capacidade de fazer nada, melhor que peçam demissão ou renunciem. O povo brasileiro não merece ser maltratado”, disse Rui.