As dissidências de deputados na corrida pela presidência da Câmara fragilizam o plano de Rodrigo Maia (DEM-RJ) de construção de uma frente suprapartidária para a disputa à Presidência da República em 2022.
O deputado não conseguiu unanimidade nem do próprio partido em torno da candidatura de seu apadrinhado, Baleia Rossi (MDB-SP). Deputados democratas, com o aval do presidente nacional da sigla, ACM Neto (BA), formam maioria em apoio ao candidato chancelado pelo Palácio do Planalto, Arthur Lira (PP-AL).
Aliado histórico do DEM, o PSDB também mantém-se distante de Maia e dividido no jogo da sucessão da Câmara: a orientação do partido é pelo voto em Baleia Rossi, mas muitos deputados “avulsos” estão com Arthur Lira, como é o caso do presidente do PSDB na Bahia, deputado Adolfo Viana.
A intenção de Maia de construir uma coalizão para 2022 é rechaçada segundo a coluna Esplanada pela oposição, que hoje apoia Baleia Rossi, mas trata a aliança com o bloco encabeçado pelo presidente da Câmara como “momentânea”.
Além de enterrar a coalizão de Maia, a possível derrocada de Baleia Rossi também frustrará os planos do ex-presidente Michel Temer, que aposta na vitória do apadrinhado para voltar a dar as cartas no Congresso.