Um grupo de 30 deputadas federais emitiu uma nota nesta sexta-feira (22) reclamando de violência política partidária por causa do posicionamento sobre as eleições para a presidência da Câmara dos Deputados.
Conforme o UOL as parlamentares saíram em defesa da deputada Daniela do Waguinho (MDB-RJ), repreendida pelo partido por declarar apoio à candidatura de Arthur Lira (PP-AL), adversário de Baleia Rossi (MDB-SP) na disputa pela presidência da Casa.
O MDB Mulheres emitiu nota ontem afirmando que Daniela “desrespeita todas as mulheres emedebistas ao declarar apoio ao deputado Arthur Lira”.
“Nós, do MDB Mulher, repudiamos o apoio a um candidato que não respeita os direitos da mulher e tem um passado sombrio de agressões. A posição da deputada não encontra respaldo na história do nosso partido”, dizia a nota.
As deputadas federais signatárias da nota em apoio à Daniela afirmam que “ao invés de promover a voz de suas parlamentares, num gesto de profunda violência política partidária, o MDB lhe dirige palavras que não ousou dirigir aos homens que fizeram igual opção”.
As deputadas ressaltam que o mesmo ocorre com deputadas federais do PSL e com a deputada Liziane Bayer, do PSB, que estão sob ameaça de expulsão de seus partidos por posicionamentos divergentes das legendas.
Liziane corre risco de expulsão por ter votado a favor da reforma da Previdência, em 2019. Já as parlamentares do PSL fazem parte de um grupo de 17 deputados suspensos após um racha que levou à saída do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) da legenda.
“Apesar do assédio político, as parlamentares devem se manter livres para manifestar suas preferências, mesmo quando em desacordo com a direção do partido, pois a disciplina partidária não confere aos seus dirigentes poder absoluto para controlarem as ações parlamentares dos eleitos pela sigla, pois atividades legislativas não se confundem com atividades partidárias”, ressaltam as parlamentares.
“Nós, deputadas, lutamos todos os dias contra a dominação masculina no interior dos partidos e nos espaços de poder. Quando uma deputada se insurge contra uma decisão injusta da cúpula partidária, nosso papel é ouvir e respeitar, sem pretender calar sua manifestação”, reforçam.
A nota é assinada pelas deputadas Margarete Coelho (PP-PI), Soraya Santos (PL-RJ), Celina Leão (PP-DF), Flávia Arruda (PL-DF), Dra. Marina Santos (SOLIDARIEDADE-PI), Bia Kics (PSL-DF), Rosângela Gomes (REPUBLICANOS-RJ), Aline Sleutjes (PSL-PR), Katia Sastre (PL-SP), Greyce Elias (AVANTE-MG) Carla Zambelli (PSL-SP), Major Fabiana (PSL-RJ), Alê Silva (PSL-MG), Clarissa Garotinho (PROS-RJ), Jaqueline Cassol (PP-RO), Christiane Yared (PL-PR), Iracema Portella (PP-PI), Magda Molfato (PL-GO), Maria Rosas (REPUBLICANOS-SP), Aline Gurgel (REPUBLICANOS-AP), Luiza Canziani (PTB-PR), Liziane Bayer (PSB-RS), Rosana Valle (PSB-SP), Angela Amin (PP-SC), Leda Sadala (AVANTE-AP), Dra. Soraya Manat.