Jovens que ingressaram no Projeto Pró-Semiárido como Agente Comunitário Rural (ACR) estão conquistando novos espaços e exercendo cargos importantes nos municípios em que residem. São exemplos Joseline Sena, Rita de Cássia e Lucas Castro, que assumiram as funções de, respectivamente, diretora de cultura do município de Saúde; radialista em Campo Formoso; e técnico em agropecuária da organização não governamental Sajuc (Serviço de Assistência Socioambiental no Campo e Cidade), em Casa Nova.
“Naturalmente o Pró-Semiárido nos projeta, isso porque ele não só permite o contato mais aprofundado com as nossas raízes, o nosso povo e as nossas comunidades, mas também por meio dos debates, das formações, das oficinas, ele nos permite o encontro com a nossa identidade. O Pró-Semiárido nos traz responsabilidades, amadurecimento, capacidade de trabalhar no coletivo e tantos outros aprendizados que nos acompanham para o resto da vida”, afirma Rita de Cássia, ex-ACR que atualmente é locutora de uma rádio local em horário de maior audiência.
Joseline Sena atribui a conquista da diretoria de cultura à projeção que o Pró-Semiárido lhe deu dentro do município, à medida que realizava as atividades. “O projeto te dá autonomia e te capacita. Antes, as pessoas passavam por mim e não me viam fazendo nada, depois, elas passaram a me enxergar na medida que eu realizava visitas nos mercados, participava dos trâmites licitatórios de processos e realizava outras demandas. Foi com essa visibilidade que eu conquistei novas oportunidades, saí rica em conhecimento e com novos desafios”, avalia.
Sobre o projeto
O Pró-Semiárido é executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), mediante acordo de empréstimo entre o Governo do Estado e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida). Com atuação em 32 municípios do Semiárido baiano, o projeto envolveu 115 jovens rurais que obtiveram oportunidades de ampliar o conhecimento sobre agricultura familiar e assim encontrar oportunidades de permanência no campo.
Para muitos jovens, a função de ACR é também seu primeiro emprego. Com carteira assinada, homens e mulheres recebem formações em diversas áreas, que vão desde capacitações sobre produção agropecuária, até oficinas sobre gestão e controle social. Além disso, os agentes têm a oportunidade de tirar a habilitação para condução de motocicleta e fazem curso de informática.
De acordo com Lucas Castro, o acesso à teoria e à prática agregam conhecimentos para a carreira profissional e para a vida. “O Pró-Semiárido foi um divisor de águas em minha vida. Agora no Sajuc, em processo de contratação comigo, se eu não tivesse a habilitação provavelmente eu não conseguiria essa vaga. Foram várias oportunidades nesses dois anos e seis meses que atuei como ACR, teve o curso de informática que eu não tinha, que foi fundamental para meu crescimento, os intercâmbios que participei. Foram aprendizados únicos. Sem falar da experiência para meu currículo”, ressalta Lucas.