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sexta-feira 15 de janeiro de 2021 às 19:30h

Parentes de hospitalizados enfrentam fila para comprar cilindro de oxigênio em Manaus

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Parentes de pacientes hospitalizados ou que estão recebendo assistência médica em casa, a maioria com Covid-19, se reuniram para comprar oxigênio e encher botijões em uma empresa privada em Manaus, capital do Amazonas. O agravamento da pandemia na região fez crescer a demanda por oxigênio hospitalar. O sistema de saúde amazonense, principalmente na capital Manaus, entrou em colapso devido à alta de casos e mortes causadas por infecção pelo novo coronavírus. O abastecimento de oxigênio para atender os pacientes internados está praticamente zerado e já houve mortes por asfixia devido à falta do insumo.

A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou nesta sexta-feira (15) a transferência de pacientes com Covid-19 de Manaus, no Amazonas, para São Luís (MA), Teresina (PI), Natal (RN), João Pessoa (PB), Brasília (DF) e Goiânia (GO). O Ministério da Saúde informou que estão garantidos 149 leitos.

No início da manhã, nove pacientes e cinco médicos embarcaram para Teresina (PI). Eles foram levados em aeronaves C-99, com capacidade para 25 pacientes deitados em macas dentro de voos. “Os pacientes que serão trasladados atendem a critérios clínicos definidos pela equipe médica”, afirma o Ministério da Saúde, em nota.

O secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, confirmou ao EXTRA que o governo estadual está discutindo com o Ministério da Saúde a transferência de bebês prematuros de unidades hospitalares de Manaus para outros estados. Em meio ao caos do sistema de saúde da capital amazonense, os recém-nascidos correm o risco de ficar sem oxigênio.

A conversa aconteceu na manhã desta sexta-feira e envolveu também o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e secretário de saúde do Maranhão, Carlos Lula.

De acordo com a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde da pasta, Mayra Pinheiro, o transporte dos bebês deverá começar nesta sexta-feira em aeronaves privadas fretadas junto a empresas que fornecem o serviço de UTI aérea.

Segundo Pinheiro, o transporte dos bebês não poderia ser feito em aeronaves militares. O Ministério da Saúde iniciou um mapeamento da frota de UTIs aéreas na rede privada em todo o Brasil para avaliar quantos aviões poderiam ser usados nessa operação.

— Essas crianças vão começar a ser transferidas hoje, com autorização dos pais, para diversos hospitais em outros estados. Estamos dando prioridade para essa remoção — afirmou a secretária.

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), disse que os “próximos dias em Manaus serão difíceis” por conta do caos no sistema de saúde gerado pelo aumento no número de casos de Covid-19 e pela falta de oxigênio hospitalar. Enfrentando a maior crise dos seus dois anos de mandato, Lima nega, no entanto, arrependimento por ter afrouxado as restrições impostas por ele próprio a atividades como o comércio no final do ano.

No dia 23 de dezembro, o governador amazonense assinou um decreto restringindo uma série de atividades econômicas para conter o avanço da doença. Após pressão de empresários, ele recuou e determinou a reabertura. “Era preciso ouvir a voz das ruas”, justificou em entrevista ao EXTRA. Em meio à crise que veio depois, Lima se viu obrigado a decretar toque de recolher na quinta-feira.

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