Depois de meses de negociações e um ano após a eclosão da crise sanitária, a OMS finalmente consegue autorização para enviar uma equipe de especialistas para a China para tentar determinar como o vírus que causa a covid-19 saltou espécies para o ser humano.
A missão iniciará seus trabalhos no dia 14. Não existem, porém, garantias ainda de que Wuhan, onde o coronavírus foi detectado pela primeira vez no final de 2019, poderá ser visitada.
A missão internacional tinha sido enviada na semana passada. Mas a China bloqueou a entrada do grupo, alegando que existia um mal-entendido sobre as datas da viagem.
Os chineses ainda tinham alegado que equipes do governo estavam ocupadas diante do aparecimento de novos surtos pelo país.
A postura deixou a direção da OMS irritada e, num gesto raro, a entidade criticou abertamente o governo de Pequim. A agência está sob ataque internacional por ter supostamente cedido aos chineses no início da crise, o que levou Donald Trump a encontrar o argumento para deixar a OMS.
A investigação é considerada como um assunto delicado politicamente. Na China, membros do governo têm tentando construir uma narrativa de que Wuhan não seria o único local de surgimento do vírus.
Governos não escondem que querem usar o processo para revelar como a China não foi transparente e que os métodos para identificar um surto perigoso precisariam ser reformados.
Uma eventual conclusão nesse sentido poderia afetar a imagem internacional da China.
Para os técnicos, porém, a busca pela origem do vírus é uma necessidade científica. Para o grupo, saber de onde ele vem e como entrou em circulação entre humanos será fundamental para poder eventualmente erradicar o vírus.