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Grupo de Mulheres contra Bolsonaro chega a 2,5 milhões de seguidores

terça-feira 18 de setembro de 2018 às 20:29h

O movimento de mulheres contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República cresceu significativamente depois de várias tentativas de derrubar o grupo criado no Facebook, que já conta com 2,5 milhões de integrantes. Ao longo do fim de semana, quando a página ficou fora do ar em diferentes ocasiões, a hashtag #EleNão foi utilizada 193,4 mil vezes e a #EleNunca outras 152 mil vezes em todo o país.

Levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) na segunda-feira (18/9) mostra que as hashtags contrárias a Bolsonaro foram usadas de forma recorrente em postagens sobre o ataque à página Mulheres Unidas Contra Bolsonaro e também nas denúncias de ameaças feitas às administradoras do grupo e participantes. As hashtags apareceram ainda em postagens críticas que acusam o candidato de machismo, misoginia e homofobia.

“Duzentas mil menções em 48 horas, num fim de semana, é um número muito considerável em se tratando de internet no Brasil, sobretudo porque não houve um evento externo, como um debate por exemplo, para mobilizar a discussão”, explica o pesquisador Lucas Calil, da FGV. “E um grupo reunindo 2,5 milhões de mulheres também é muito significativo, sobretudo por mostrarem uma unidade, manifestada pelo uso das hashtags.”

O grupo da FGV constatou ainda que as manifestações via rede foram bem distribuídas nas principais capitais brasileiras. Rio de Janeiro e São Paulo registraram o maior movimento, com 13% e 12% das citações respectivamente; mas as demais capitais registraram entre 3% e 5% das menções, o que, segundo os especialistas é um padrão normal.

Na análise de Fábio, os números são muito expressivos. E o fato de o movimento ter sido orgânico e ter sido atacado é ainda mais importante. “Bolsonaro já havia conseguido escapar ileso de todas as tentativas de abordar essa questão (das mulheres) nas mídias tradicionais, tanto em entrevistas quanto em debates, tinha conseguido se livrar das armadilhas”, diz. “Mas o movimento é forte e pode ter um impacto real na eleição sobretudo ao influenciar pessoas que ainda estão indecisas.”

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