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segunda-feira 21 de dezembro de 2020 às 07:38h

“Lava jato” em Curitiba queria prender Gilmar e Toffoli, diz hacker à CNN

JUSTIÇA, NOTÍCIAS


O hacker Walter Delgatti Neto, responsável por acessar mensagens trocadas entre procuradores procuradores da República do Paraná e o ex-juiz Sergio Moro, afirmou que um dos objetivos da “lava jato” em Curitiba era prender os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal. A declaração foi feita neste último domingo (20), em entrevista transmitida pela CNN Brasil.

Delgatti foi questionado sobre se achava que a “lava jato” queria prender integrantes da Suprema Corte. “Eles queriam. Eu não acho, eles queriam. Inclusive Gilmar Mendes e Dias Toffoli. Eles tentaram de tudo para conseguir chegar ao Gilmar Mendes e ao Toffoli, eles tentaram falar que o Toffoli tentou reformar o apartamento e queriam que a OAS delatasse o Toffoli”, respondeu.

Ainda segundo ele, os procuradores “quebraram o sigilo de Gilmar Mendes na Suíça, do cartão de crédito, da conta bancária dele, eles odiavam o Gilmar Mendes, falavam mal do Gilmar Mendes o tempo todo”.

Reportagem publicada pelo jornal El País, em parceria com o The Intercept Brasil, já havia contado que os procuradores planejaram buscar na Suíça provas contra Gilmar. Segundo a notícia, os membros do MPF pretendiam usar o caso de Paulo Preto, operador do PSDB preso em um desdobramento da “lava jato”, para reunir munição contra o ministro.

Em nenhum momento eles mencionam o fato de procuradores da República que oficiam em primeiro grau não poderem investigar — ou sequer mencionar em acusações — ministros do Supremo.

Além de mencionar Gilmar e Toffoli, o hacker fez declarações a respeito de Luís Roberto Barroso. Segundo Delgatti, Barroso e o procurador Deltan Dallagnol, ex-coordenador da força-tarefa da “lava jato” em Curitiba, eram bastante próximos. O ministro do STF teria chegado a auxiliar Dallagnol em casos.

“O Barroso e o Deltan conversavam bastante. Inclusive, o Barroso, em conversas, auxiliava o que colocar na peça, o que falar. Um juiz auxiliando, também, o que deveria fazer um procurador”, afirmou.

Em resposta à CNN o ministro negou categoricamente as acusações e ressaltou que não julga processos da lava jato, que estão sob responsabilidade da 2ª Turma do STF.

Delgatti cita também Alexandre de Moraes, mas só para dizer que nunca conseguiu descobrir nada nos celulares do ministro. “Ele apagava tudo. Tive acesso também ao e-mail dele. Eu apenas baixei o livro pra ler. Tinha conversas em e-mail, mas era entre eles [ministros do STF]. Era conversa de processo, que não tinha interesse. Era conversa formal”.

Em junho de 2019, o site The Intercept Brasil começou a publicar conversas entre procuradores do MPF em Curitiba e Moro. As mensagens mostraram que Moro chegou a orientar a atuação de procuradores em processos.

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