A Odebrecht teve um revés importante na Justiça de São Paulo num litígio que trava com José Carlos Grubisch, ex-presidente da Braskem, o braço petroquímico do grupo.
Os desembargadores da 1ª Câmara de Direito Empresarial, acolheram nesta semana conforme a coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo, um recurso de Grubisich, que está há um ano em prisão domiciliar em Nova York, e mandaram investigar supostas fraudes cometidas por Emilio Odebrecht e outros executuvos.
Grubisich fez acusações consideradas de “extrema gravidade por apontar favorecimento de alguns clientes em detrimento de outros”.
Segundo o acórdão, “há interesse de todos os credores na apuração das milionárias movimentações ocorridas às vésperas do ajuizamento da recuperação judicial, não sendo crível que a decisão do pedido ocorreu em um ou dois dias antes do início do processo.
Na petição, Grubisich afirmou que Emílio Odebrecht recebeu R$ 6,9 milhões nos quatro meses anteriores à RJ. Outros três executivos receberam R$ 13,3 milhões em bônus uma semana antes de a recuperação ser protocolada.
Grubisich alegou ainda que, mesmo em recuperação judicial, o grupo Odebrecht seguiu pagando uma mesada a 77 de seus dirigentes que firmaram acordo de delação premiada com as autoridades da operação Lava Jato. Esses pagamentos somam R$ 6,3 milhões mensais.
Os advogados do ex-presidente da Braskem, que basearam parte de suas alegações em petições de Marcelo Odebrecht, afirmam que esses pagamentos caracterizam fraude contra a coletividade de credores.
Grubisich também pediu o afastamento de Emílio Odebrecht e de todos os administradores do grupo Odebrecht, em virtude dos supostos pagamentos ilícitos realizados aos executivos do grupo nas vésperas do ajuizamento da recuperação judicial. Esse pedido foi negado.