O procurador-geral da República, o baiano Augusto Aras, se posicionou contra o pedido do ex-ministro Geddel Vieira Lima para parcelar a multa de R$ 1,6 milhão relativa ao caso do bunker, imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como condição para autorizá-lo a cumprir pena em regime semiaberto.
Em manifestação ao relator da Lava Jato na Corte, Edson Fachin, Aras disse conforme a coluna Satélite do jornal Correio, que Geddel não provou incapacidade financeira para quitar o valor de uma vez. Ao pedir o parcelamento, a defesa do ex-ministro alegou que ele teve quase R$ 13 milhões em empreendimentos imobiliários, fora bens móveis e imóveis, bloqueados pela Justiça e que vive com R$ 13 mil da aposentadoria, além de rendimentos sobre aplicações e previdência privada de R$ 6 milhões, em nome da esposa e dos três filhos.
Para Aras, a aposentadoria, superior a dez salários mínimos, é suficiente para Geddel consiga sustentar a si e a família e que o montante investido em previdência privada pode ser usado para quitar a multa integralmente.
A manifestação do procurador-geral resultou no primeiro revés sofrido pelo advogado paulista Roberto Podval desde que passou a compor a defesa de Geddel. Criminalista conhecido pelas aparições na mídia durante o auge da Lava Jato e por representar políticos acusados de corrupção, Podval naufragou até agora segundo o jornal Correio na tentativa de obter a progressão de regime para o ex-ministro.