O que Jair Bolsonaro diz não se escreve segundo, diz o colunista Noblat da Veja. Após esta ressalva… Em conversas com mais de um dos seus auxiliares diretos, Bolsonaro já comentou que o ministro Ricardo Salles, do meio ambiente, poderia vir a ser um bom candidato à sua sucessão em 2026. Não que ele se dê por eleito daqui a dois anos, mas para demonstrar apreço por Salles.
Acha que o rapaz tem futuro por ser jovem, leal, devotado às mesmas causas que ele é, e corajoso em tempo bom ou ruim. Nem por isso admite que Salles pudesse ser um bom nome para compor sua chapa em 2022 na condição de vice. Ele nada lhe acrescentaria em matéria de votos. Quer para vice um nome do Centrão.
Mas tem grandes planos para Salles, o ministro mais controverso do seu governo. Por exemplo: Salles representará o Brasil na próxima conferência mundial sobre o clima marcada pela ONU para novembro de 2021, na Escócia. Pouco importa que seja mal recebido por lá ou até mesmo ignorado. Bolsonaro quer e ele irá.
Como se vê, não é tão difícil cair nas graças do ex-capitão afastado do Exército por indisciplina e conduta antiética. Para agradá-lo, basta que concorde com tudo o que ele pensa e diz, sem esquecer que Bolsonaro é desconfiado e saca quando tentam o enganar. Sim, e faça tudo o que ele mandar fazer sem maiores discussões.
De preferência, sem discussão alguma. E não esqueça de ajudar os filhos dele por qualquer meio e em qualquer encrenca. Os garotos são empreendedores trelosos como o pai sempre foi, e disso orgulha-se.