O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 7,7% no terceiro trimestre de 2020 na comparação com os três meses anteriores, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE) divulgados na manhã desta quinta-feira, 3. Em valores correntes, a soma de todas as riquezas produzidas pelo país entre julho e setembro foi de R$ 1,891 trilhão.
O avanço das atividades econômicas coloca o Brasil conforme a rádio Jovem Pan, fora da recessão técnica após dois períodos seguidos de retração. Nos primeiros três meses do ano, o PIB registrou queda de 2,5%, enquanto no segundo trimestre a retração atingiu recorde de 9,7%, impactada pela paralisação da economia nacional em meio ao período mais crítico da pandemia do novo coronavírus. O avanço no terceiro trimestre já era esperado por analistas por causa da recuperação de alguns setores nos últimos meses. O Banco Central estimava alta de 9,4%, enquanto o governo federal previa crescimento de 8,3%. Na comparação com o mesmo trimestre de 2019, o PIB recuou 3,9%. Apesar do aumento, a economia brasileira ainda acumula retração de 5% em 2020.
A retomada dos índices já era esperada por analistas do setor público e privado. Previsão da Confederação Nacional da Indústria (CNI) estimava alta de 9% no terceiro trimestre. A euforia era compartilhada com outros analistas e instituições financeiras, que estimavam alta entre 7% e 8%. O otimismo foi puxado pela recuperação antes do previsto de setores fundamentais da economia, como o varejo e a indústria. Já o Banco Central esperava por avanço de 9,47%, segundo dados do IBC-Br divulgados em novembro, considerado a prévia do PIB. Técnicos do Ministério da Economia divulgaram expectativa de avanço na casa dos 8,3%, também justificando a recuperação das atividades econômicas após o pior momento da crise da Covid-19.
Em diversos momentos, o ministro Paulo Guedes afirmou que o país está crescendo em “V” e que o tombo de 2020 será muito menor do que esperado no início da pandemia. O bom desempenho entre os meses de julho e setembro renova a expectativa que a retração da economia brasileira seja menos drástica. Em junho, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou que o PIB brasileiro iria despencar 9,1% neste ano. Em novembro, a entidade revisou o número para queda de 5,8%.
O Banco Central tomou caminho semelhante. No início da pandemia, a autoridade monetária nacional estimava recuo de 6,5% neste ano. Meses depois, o número chegou a 4,8%. Já o governo federal espera recuo de 4,5% neste ano, ante previsão de 4,7% divulgada meses atrás. O Boletim Focus, que reúne as estimativas de analistas para os rumos da economia brasileira e é divulgado toda semana, está constantemente alterando a estimativa de queda do PIB. Na edição publicada nesta segunda-feira, o documento estampava o recuo de 4,5%, ante os 4,8% esperados há quatro semanas.