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domingo 29 de novembro de 2020 às 07:57h

Quais são os empregos com maior risco de acabar no pós-pandemia

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Muitos segmentos ficaram estagnados durante a pandemia, alguns tipos de emprego podem não voltar –nunca mais.

Um relatório sobre as tendências de locais de trabalho para 2021 da Glassdoor (gigante plataforma de recrutamento) concluiu que as ofertas de empregos para profissionais da saúde em atividades eletivas, diminuíram drasticamente. O trabalho de maior risco é o de audiologista, para o qual a listagem de empregos na Glassdoor caíram 70% durante a pandemia.

Angela Shoup, presidente da Academia Americana de Audiologia, diz na Forbes, que ouviu muitos relatos de profissionais entrando em licenças longas e de alguns que fecharam seus consultórios particulares e se aposentaram no início deste ano. Muitos recém-formados em busca de emprego foram informados que as grandes clínicas não estão mais contratando esses profissionais, disse ela.

As ofertas de emprego para optometristas e fisioterapeutas tiveram um destino semelhante, com queda de 61% e 40%, respectivamente. Também se percebe uma escassez de empregos administrativos e de baixa qualificação de escritórios. As vagas para assistentes executivos caíram 55%, as de recursos humanos 37% e as de recepcionistas 35%, já que a maioria dos escritórios foram fechados. Empregos para produtores de eventos caíram 69% –é o segundo emprego em maior risco no pós-pandemia.

Sem surpresa, as vagas para trabalhadores que fornecem serviços pessoais também despencaram. Consultores de beleza tiveram queda de 53% e motoristas particulares 51%.

“Esses são os tipos de empregos que a Covid-19 influencia”, diz Andrew Chamberlain, economista-chefe da Glassdoor. “As pessoas não vão voltar para seus salões de manicure, fazer cirurgias oculares ou ir a eventos presenciais até que o vírus esteja sob controle.”

Os empregos não essenciais da saúde, eventos e serviços pessoais não desaparecerão completamente após a pandemia, mas certamente demorarão a voltar, diz ele. No entanto, ele acha que é possível que alguns empregos sejam, sim, perdidos para sempre.

Por exemplo, diz Chamberlain, os dias dos assistentes administrativos podem estar contados, já que muitas de suas responsabilidades foram automatizadas. Os embaixadores de marcas –que incentivam e atraem o público para comprar online– também podem ser uma coisa do passado, já que os consumidores confiaram completamente no e-commerce durante a pandemia e provavelmente continuarão a comprar online.

As boas notícias? As empresas de setores que cresceram durante a pandemia continuam contratando e provavelmente aumentarão seu quadro de funcionários para 2021, fala Chamberlain.

Empregos em centros de distribuição (como na Amazon), por exemplo, aumentaram 174% em relação ao ano anterior, e trabalhos de enfermeira registraram alta de 51% durante a pandemia.

Alguns dos trabalhos considerados de menor risco são aqueles que podem ser executados remotamente, como representantes de atendimento ao cliente e especialistas de TI. No entanto, aqueles que trabalham para empresas que adotaram acordos de trabalho remoto ou híbrido em tempo integral podem ver seus salários ajustados se eles se mudarem para regiões menos caras. Chamberlain suspeita que os trabalhadores de tecnologia, por exemplo, que deixam metrópoles caras como São Francisco e Nova York, poderiam ter seus salários ajustados para baixo de 5% a 30%.

Em um esforço para atrair e reter talentos no futuro, o economista espera que os empregadores e as empresas possam ressuscitar outra vítima da pandemia: as vantagens de trabalhar presencialmente em um escritório: “Estar junto é uma maneira de obter mais criatividade e comprometimento das pessoas”, diz ele. “Depois de um ano de trabalho de casa onde todos se sentem isolados, será uma forma importante de reconstruir a cultura de uma empresa.”

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