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quarta-feira 18 de novembro de 2020 às 11:47h

‘Fiz campanha só para Denice’, diz Rui se eximindo do fracasso da base em Salvador

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Nesta quarta-feira (18) durante a entrega de 54 novos apartamentos do conjunto habitacional Paraíso Azul II, no bairro do Costa Azul, o governador Rui Costa (PT) se eximiu da responsabilidade pelo mau resultado da base aliada nas urnas no último domingo ao fazer análise do desempenho do seu grupo político nas eleições em Salvador. Com quatro candidaturas – Major Denice (PT), Olívia Santana (PCdoB), Pastor Sargento Isidório (Avante) e Bacelar (Podemos) -, o petista viu o bloco que o apoia em nível estadual naufragar devido à vitória por larga vantagem de Bruno Reis (DEM), que somou 64,20% em primeiro turno.

Em sua defesa, Rui disse que a estratégia das quatro candidaturas não foi desenhada por ele e que sustentou que apenas Denice e Isidório deveriam ir para a corrida eleitoral. Falou ainda que, apesar de seus apelos para que alguns nomes não concorressem, estes insistiram em se manter na disputa. Também argumentou ter deixado claro a todos os partidos aliados, desde o início, que faria campanha apenas para Major Denice, cuja filiação ao PT foi articulada pelo próprio governador para que ele fosse candidata pela sigla.

“Conversei com todo mundo, pedi a vários para não saírem candidato, e as pessoas entendiam que deveriam sair, que iriam crescer. Quem sou eu para frustrar o sonho de alguém que vai para o segundo turno? Agora, ninguém pode dizer que eu prometi que não iria fazer campanha para a minha candidata. Eu fiz exatamente o que disse que iria fazer. Eu disse que iria a convenção de todos, que autorizaria o uso da minha imagem por quem quisesse, mas eu iria gravar pra uma candidata só e iria fazer campanha para uma candidata só. Ninguém tem o direito de achar estranho isso, pois é o meu direito como cidadão”, defendeu o governador, em entrevista à imprensa durante entrega de 54 moradias para uma comunidade no Costa Azul, em Salvador.

O petista detalhou qual seria a estratégia ideal, na visão dele. “Isidório carregava 18%, 20%, a depender da pesquisa, o ano inteiro. Alguém pedir para não ser candidato alguém que tá pontuando assim é uma aberração. Então, ele era a única candidatura que eu achava que deveria ser mantida, e a gente deveria ter mais uma da base. Essa era a minha opinião. As outras saíram por convicção, porque achavam que teriam um desempenho espetacular. Mas a minha estratégia era muito clara: Isidório e mais uma candidatura da base.”

Rui também rebateu declaração do senador Angelo Coronel (PSD), coordenador da candidatura de Isidorio, que pediu ao petista para “baixar a bola, cair na real e ter humildade”, após a derrota sofrida pela base aliada na capital baiana.

“Espero que o governador caia na real, baixe a bola, seja humilde, para recompor o arco de aliança. Porque se não, vai acontecer o que aconteceu com outros tidos como os maiorais no passado e que afundaram pelo excesso da vaidade, pelo excesso da autossuficiência e por se achar o imbatível. A humildade sempre deve prevalecer em qualquer circunstância”, desabafou Coronel, em entrevista ao jornal A Tarde.

O governador respondeu o aliado, não sem antes afagá-lo ao elogiar seu desempenho no Senado e demarcar que contribiu para sua eleição em 2018. “Não é novidade para ninguém que eu iria apoiar a Major Denice. Todos sabiam, e eu deixei isso muito claro para todo mundo. Ninguém pode arguir e não prometi igualdade de tratamento. Eu disse: ‘Tenho uma candidata, vou trabalhar por essa candidata e respeito a decisão individual de quem quer ter candidato’. Agora, se outros candidatos quiseram concorrer… Não sou chefe de ninguém. Muita gente confunde liderança com chefia. Meu estilo não é autoritário, eu não vou ameaçar, constranger ninguém. O pé no chão e a humildade, se tem alguém que tem aqui, sou eu.”

O governador disse também ter advertido que alguns candidatos poderiam sair da disputa “menores do que entraram” e alegou não ter cometido erro estratégico no processo eleitoral.

“Seria um erro estratégico se eu pedisse a cinco pessoas para serem candidatas. Você ouviu alguma declaração minha pedindo isso a alguém? Alguém disse que eu pedi isso? Eu não defendi estratégia de cinco candidaturas. A história do nosso grupo não é de impor. É diferente da história do outro grupo. Eu não faço isso. Quem quis sair teve opção de sair, o que é um direito das pessoas. Isso não é nenhuma violência”, ponderou.

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