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sábado 14 de novembro de 2020 às 07:27h

Bolsonaro diz concordar com comandante do Exército e que Forças Armadas devem ser apartidárias

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O presidente Jair Bolsonaro disse na noite desta última sexta-feira (13) concordar com a declaração do comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, de que “militares não querem fazer parte da política. Em publicação nas redes sociais, Bolsonaro escreveu que as Forças Armadas devem se manter “apartidárias” e fez questão de destacar que elas estão “sob a autoridade suprema do Presidente da República.”

O chefe do Executivo também destacou que Pujol foi escolhido por ele para comandar o Exército. “A afirmação do General Edson Leal Pujol (escolhido por mim para Comandante do Exército), que ‘militares não querem fazer parte da política’, vem exatamente ao encontro do que penso sobre o papel das Forças Armadas no cenário nacional”, publicou.

Bolsonaro continuou citando trechos da Constituição sobre o papel das Forças Armadas . “São elas o maior sustentáculo e garantidores da Democracia e da Liberdade e destinam-se, como reza a Constituição, ‘à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de quaisquer destes, da lei e da ordem”. E completou: “Devem, por isso, se manter apartidárias, “baseadas na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República”.

As declarações de Pujol feitas na quinta-feira (12) durante evento do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa do qual participaram os ex-ministros da Defesa Raul Jungmann e do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen.

“Nosso assunto é militar, preparo e emprego. As questões políticas? Não nos metemos em áreas que não nos dizem respeito. Não queremos fazer parte da política governamental ou do Congresso Nacional e muito menos queremos que a política entre em nossos quartéis”, disse Pujol.

Esta foi a primeira vez que Pujol se manifestou publicamente sobre a contaminação dos quartéis pela política, principalmente, pelo bolsonarismo. Para o general, o fato de militares “serem chamados eventualmente para assumirem cargos no governo é decisão exclusiva da administração do Executivo”.

A fala de Pujol ocorreu após Bolsonaro dizer na terça-feira (10) ao abordar as relações entre o Brasil e a futura gestão de Joe Biden nos EUA, que quando “a saliva acaba tem de que ter pólvora”. O comandante do Exército disse ainda como não existe ameaça imediata às nossas fronteiras, a sociedade e os políticos deixam a política nacional como uma prioridade mais baixa.

Nesta sexta-feira, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, disse que o Brasil é um País pacífico. “Nós somos um País pacífico, em busca da paz sempre, mas não existe país pacífico sem ser forte, é uma condição que a história ensinou”, afirmou o ministro, destacando a estratégia de dissuasão. Azevedo também disse que o Brasil tem como princípio a “não intervenção”.

O ministro afirmou ainda, durante abertura de um seminário virtual com os comandos das Forças Armadas, que os militares devem, por obrigação legal, ser diretamente envolvidos nas relações internacionais, “o que pouca gente lembra”. Segundo Azevedo, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica estão inseridos na “democracia plena”.

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