Ainda que Luciano Huck dê sinais de que deseja construir uma ampla frente contra Jair Bolsonaro em 2022, a inclusão de Sergio Moro no grupo acaba com qualquer possibilidade de união, avaliam representantes da esquerda e da centro-esquerda. A explicação é que o ex-juiz é bolsonarista na essência, não é dissidente de fato do governo, porque saiu quando não tinha mais poder, e é inimigo pessoal de Lula e de outros personagens importantes para o bloco.
O encontro entre os dois foi revelado pela Folha de S. Paulo neste último domingo (8). A avaliação é a de que ambos tentam pegar carona na onda da conciliação feita por Joe Biden contra Donald Trump, nos EUA. Mas as condições no Brasil são distintas.
“É a junção da Lata Velha com a Lava Jato e o Paulo Guedes. O Brasil é bem maior”, afirma a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR).
Para políticos próximos a Huck, o diálogo em direção à direita é a única chance de vencer o presidente em sua tentativa de reeleição. “Não é todo mundo que votou no Bolsonaro que é antidemocrático e fascista”, afirma Roberto Freire, presidente do Cidadania, para quem ainda não está claro quem e qual partido lideraria essa frente.