Apoiadores de Arthur Lira (PP-SP) na corrida pela presidência da Câmara de dentro Palácio do Planalto acreditam que a reabertura de um inquérito sobre corrupção contra Rodrigo Maia (DEM-RJ) deve afetar seus planos de entrar disputa para permanecer no posto. A reabertura da investigação que apura supostos repasses da empreiteira OAS a Maia foi revelada pelo jornal O Globo.
Integrantes do governo Bolsonaro, que já encampou no nome de Lira como seu candidato ao comando da Câmara, veem que os problemas do deputado do PP com a Lava-Jato podem ser um entrave para que ele vença a disputa. Lira é réu por corrupção em uma ação e por organização criminosa em outra.
Com a retomada da investigação sobre Maia, aliados de Lira acreditam segundo a coluna de Bela Megale, que o presidente da Câmara passa a ter o mesmo calcanhar de Aquiles de seu adversário e que isso será um ponto que Lira vai explorar na disputa. Segundo pessoas próximas a Maia, a investigação é um assunto que o preocupa e que pode afastá-lo da disputa, pois um confronto com governo pode piorar a situação. O colunista Lauro Jardim informou que o presidente da Câmara atribuiu a reabertura do inquérito contra ele a Bolsonaro.
Publicamente, Maia nega seu interesse em tentar uma nova reeleição e repete que pode apoiar cinco nomes para sucedê-lo na eleição no ano que vem. Nos bastidores da Câmara, porém, a leitura é que ele quer entrar na disputa. Pela Constituição, Maia está impedido de concorrer, mas há uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode abrir caminho para que ele entre na disputa. Maia está em seu terceiro mandato como presidente da Câmara.