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quinta-feira 29 de outubro de 2020 às 06:52h

Pesquisa CNN: Biden com 54%, contra 42% de Donald Trump

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Com a corrida pela Presidência dos Estados Unidos chegando ao final em meio a uma agressiva pandemia, o candidato democrata Joe Biden segue mantendo uma vantagem substancial nacionalmente contra o presidente Donald Trump, de acordo com a nova pesquisa CNN realizada pela SSRS.

Entre prováveis eleitores, 54% apoiam Biden contra 42% que defendem Trump. Biden mantém a liderança em todas as pesquisas da CNN sobre o confronto desde 2019 e registrou uma vantagem ainda maior em todas as principais pesquisas nacionais desde março.

Embora a eleição seja decidida ao final pelos resultados em cada estado, que direcionam a decisão do Colégio Eleitoral, a liderança de Joe Biden é maior do que qualquer candidato a presidente obteve em mais de duas décadas na reta final de alguma campanha.

A pesquisa não mostra nenhum indicativo de que a campanha de quatro anos de Trump pela reeleição permitiu a ele angariar novos apoiadores desde a sua vitória estreia contra Hillary Clinton nas eleições de 2016.

Exceto por grandes mudanças de perspectiva daqui até o dia da eleições, as chances de Trump diminuir a diferença para Biden estão seriamente dependentes do comparecimento ao dia final das eleições deste ano, na próxima terça-feira, 3 de novembro.

A pesquisa mostra que entre os que já votaram antecipadamente e os que ainda não fizeram isso, mas pretendem fazer antes do dia 3, Biden reúne o apoio de praticamente dois terços do eleitorado. Entre os votos antecipados, a vantagem seria de 64% a 34%. Entre os votos a caminho antes do fechamento das urnas, 63% a 33%.

Donald Trump, por outro lado, lidera entre quem diz que vai votar no dia da eleição. Entre esses eleitores, o republicano angaria 59% das intenções de voto, contra 36% do democrata.

Abismos

Os abismos demográficos que definiram a política nacional nos últimos quatro anos permanecem. As mulheres apoiam amplamente Joe Biden (61% a 37%). Entre os homens, é um empate estreito, com 48% para Trump e 47% para Biden.

Eleitores negros apoiam o democrata por uma margem de quase 50 pontos de vantagem, com 71% para Biden e 24% para Trump. Os brancos, por outro lado, são 50% para Trump e 48% para Biden.

Esses números próximos a respeito de homens e de pessoas brancas mascaram diferenças significativas por instrução, entre os brancos, e por raça, entre os gêneros. Mulheres negras (77% Biden; 21% Trump) e mulheres brancas (54% Biden; 45% Trump) pretendem votar em Biden, assim como homens negros (64% Biden; 28% Trump).

Homens brancos, no entanto, apoiam Trump em sua maioria. São 56% para o republicano e 41% para o democrata.

Entre os com formação universitária, a vantagem de Biden é de 30 pontos, enquanto aqueles que não possuem diplomas se veem em divisão apertada. Entre eleitores brancos, a diferença é grande.

Eleitores brancos graduados apoiam Biden por 58% a 40% contra Trump. Entre eleitores brancos sem diploma, o resultado é o inverso, com 58% a favor do republicano e 40% a favor do democrata.

Entre os eleitores brancos com diploma, a diferença de gênero é relativamente pequena, mas é de gritantes 38 pontos entre mulheres brancas sem diploma (49% para cada candidato) e entre homens brancos sem diploma (68% para Trump e 30% para Biden).

As pessoas mais velhas, que caminharam na direção dos democratas nas eleições de 2018, estão solidamente nas fileiras de Joe Biden nesta eleição. No geral, 55% dos eleitores de 65 anos ou mais apoiam o democrata, contra 44% de Donald Trump.

Biden também lidera por ampla margem entre eleitores com menos de 35 anos (68% para Biden e 30% para Trump). O empate entre os dois candidatos acontece na faixa do meio, entre 35 e 64 anos, com 48% para cada um.

Aprovação

A aprovação de Trump permanece em 42% contra 55% de reprovação entre todos os adultos. Entre os prováveis eleitores, é similar, com 42% de aprovação e 56% de reprovação.

Os números pouco mudaram no último ano, com os índices de aprovação entre 40% e 45% em 11 das 12 pesquisas que a CNN promoveu desde outubro de 2019. Os números também não são muito diferentes da primeira pesquisa da CNN em 2017, quando 44% aprovavam e 53% reprovavam.

Apenas quatro em cada dez americanos (39%) dizem que as coisas estão indo bem no país agora. Essa situação só foi pior em ano de eleições duas vezes nos últimos quarenta anos. Nas duas vezes, o presidente de turno foi derrotado.

Em 1980, só 32% dos americanos diziam que o país ia bem e o presidente democrata Jimmy Carter perdeu a reeleição para o republicano Ronald Reagan. Em 1992, esse índice era de 35% e o presidente republicano George H.W. Bush perdeu para o democrata Bill Clinton.

Referendo

Todos os dados apontam para uma eleição que seja um referendo sobre um preisdente impopular, com uma parcela considerável dos apoiadores dos dois candidatos tomando decisões com base no que eles pensam de Donald Trump.

Entre os eleitores de Biden, 48% dizem que não estão votando a favor do democrata, mas sim contra Donald Trump, enquanto os mesmos 48% dizem que fizeram essa opção pelas qualidades do candidato.

Já entre quem pretende votar em Trump, quase oito a cada 10 dizem que votam a favor do presidente (79%) contra apenas 17% que dizem estar votando contra Joe Biden.

Ainda assim, a mensagem da campanha republicana nas semanas que antecedem a eleição tem sido fortemente negativa contra Joe Biden. A pesquisa indica que isso está fazendo pouca diferença para a avaliação que os americanos fazem do ex-vice-presidente.

O candidato democrata permanece tendo na faixa de 55% de eleitores que o veem com bons olhos, contra 42% que tem uma percepção negativa a seu respeito, praticamente os mesmos números do início de outubro.

Os números de Trump são tão negativos quanto eram no início deste mês. Entre o público entrevistado, 57% possuem uma opinião negativa a seu respeito enquanto 41% possuem uma visão favorável.

Em 2016, os eleitores que tinham visão negativa tanto de Trump quanto de Hillary Clinton acabaram votando no atual presidente. Esse número, no entanto, é menor neste ano, passando de 18% na última pesquisa da CNN para 4% agora.

A maioria (51%) tem uma visão favorável de Joe Biden, mas não de Trump, enquanto 57% tem uma visão positiva sobre o republicano, mas não sobre o democrata.

Biden mantém vantagem sobre Trump como o candidato com mais chances de unir o país (60% contra 34% do atual presidente), que é mais honesto e confiável (54% a 37%), que se importa mais com pessoas como você (54% a 40%) e que vai manter os americanos seguros contra ataques (52% a 45%).

Prováveis eleitores estão divididos, no entanto, sobre qual candidato tem mais resiliência e esperteza para ser presidente (47% Trump; 46% Biden), um ponto sobre o qual o republicano tem se debruçado, atacando Biden sobre a sua idade (ele tem 77 anos) ao longo de toda a campanha.

Os que pretendem votar tendem mais a considerar as posições dos candidatos em assuntos importantes para eles do que a liderança e as qualidades pessoais de cada candidato. O subtema que é focado nas qualidades pessoais é amplamente vantajoso para Biden (71% apoiam ele, contra 27% de Trump), enquanto os que privilegiam temas específicos apontam mais para Trump (54% a 43%).

De forma geral, no entanto, Joe Biden é visto frequentemente como o candidato com um plano claro para resolver os problemas do país (54% a 41%).

O ex-vice-presidente ainda possui uma vantagem sobre quem tem melhores condições para enfrentar a desigualdade racial (60% a 36%), a pandemia do novo coronavírus (57% a 39%), os desafios da saúde pública (57% a 41%), o crime e a insegurança (52% a 46%) e as nomeações para a Suprema Corte (51% para 44%).

Já Trump mantém vantagem sobre o candidato que melhor lidaria com a economia (51% para ele e 46% para Joe Biden).

A maioria dos prováveis eleitores veem que as propostas de Biden são mais prováveis de levar o país para a direção certa. São 53%, mesmo percentual que dizem que as propostas de Donald Trump apontam para o caminho errado.

Pandemia

E tudo isso acontece em meio a um cenário de andamento da pandemia do novo coronavírus. Oito meses depois de o país ter sido fechado para conter a disseminação do vírus, 50% dos americanos afirmam que o pior do surto ainda está pela frente. Apenas metade dizem estar confortáveis em voltar às rotinas normais.

Além disso, 40% dizem que a economia está em desaceleração em função da pandemia, enquanto 29% dizem que o país está começando a se recuperar.

Em todas as medidas sobre onde o país está em termos de combater o novo coronavírus, os eleitores de Biden e Trump tem posições opostas. Apoiadores de Biden (77%) dizem que o pior da pandemia ainda virá, enquanto os de Trump (78%) acham que isso já passou.

Mais de oito a cada 10 apoiadores de Trump (84%) dizem estar confortáveis em retornar para as suas atividades regulares, enquanto a maioria de quem pretende votar em Biden (76%) não estão. Os que apoiam o democrata acham que a economia ainda está piorando (64%), enquanto os do republicano (62%) veem melhoras.

A pesquisa CNN foi conduzida pela SSRS entre os dias 23 e 26 de outubro, ouvindo uma amostra nacional e aleatória de 1.005 adultos alcançados em telefones fixos ou celulares por um entrevistador humano, incluindo 886 eleitores prováveis. Os resultados da margem geral possuem margem de erro de 3,6 pontos, para mais ou para menos, que é de 3,8 pontos, também para mais ou para menos, entre os eleitores prováveis.

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