Coisas que acontecem no fim de um governo sem perspectivas de poder. Poucos meses atrás, havia acordo entre governo e sua base de apoio para extinguir o Fundo Soberano e usar seus recursos para abater um pouco da Dívida Pública Federal (DPF). E bota pouco nisso.
Em dezembro, a DPF era de R$ 3,5 trilhões e o Fundo tinha apenas R$ 26,3 bilhões. Isso não dá 1% da DPF. Ou seja, não faria muita diferença, mas o governo achava que o Fundo já não tinha mais razão de existir e qualquer dinheiro que entrasse era bem vindo.
Assim, o governo editou medida provisória acabando com o Fundo e o deputado Mendonça Filho produziu relatório decretando seu fim. Hoje, porém, como a MP estava travando a pauta e o governo tinha interesse na votação de outras propostas, como a que concede subsídio para reduzir o preço do diesel e a que abre as empresas aéreas para o capital estrangeiro, tudo mudou. Com aval do governo, a Câmara derrubou o parecer de Mendonça e rejeitou a extinção do Fundo.