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sábado 3 de outubro de 2020 às 07:14h

Ex-prefeito na Bahia é preso acusado de matar político para ficar com cargo

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A Polícia Civil prendeu na noite desta última sexta-feira (2), em Camacan, no sul da Bahia, o ex-prefeito de Itagimirim Rogério Andrade, que é acusado de ser o mandante da morte do então prefeito Rielson Santos Lima.

Rielson Santos foi assassinado a tiros em frente à praça Castro Alves no momento que conversava com comerciantes locais. De acordo com as investigações, Rogério Andrade, então vice-prefeito, contratou pistoleiros para assassinar a vítima para assumir o cargo. Andrade assumiu o comando do município do extremo-sul da Bahia um dia depois do crime.

O prefeito Rielson tinha 51 anos e foi atingido por quatro tiros no tórax, pulmão e abdômen, em 29 de julho de 2014 no centro da cidade.

Rogério Andrade ficou no cargo dois anos e cinco meses. Ele se candidatou à reeleição em 2016, mas foi derrotado.

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Rogério Andrade quando assumiu mandato de prefeito após o assassinato

Um dos suspeitos de atirar em Rielson Santos foi preso no dia 6 de agosto em Brasília. O acusado, que não teve o nome divulgado pela polícia, foi detido por agentes da Coordenadoria da Polícia Civil em Eunápolis, com apoio da Polícia Civil do Distrito Federal.

O mandado de prisão preventiva do ex-prefeito foi expedido pelo juiz Otaviano Andrade Sobrinho, da 1ª Vara de Crime da comarca de Eunápolis, foi cumprido por policiais civis da 23ª Coorpin.

Ao chegar à delegacia de Eunápolis, onde estão centralizadas as investigações, Rogério Andrade preferiu não falar com a imprensa.

“No inquérito que assumimos recentemente, encontramos muitos elementos, provas que apontavam Rogério como mandante do assassinato”, afirmou o delegado.

Moisés Damasceno também falou sobre a provável motivação do homicídio.

“Seria justamente a sucessão do cargo de prefeito da cidade de Itagimirim. Com a morte de Rielson, Rogério Andrade pode assumir o cargo de prefeito – ainda faltavam dois anos e meio de mandato”, disse Moisés.

No início de agosto, a Polícia Civil já tinha prendido, em Brasília, Jaimilton Neves Lopes, 40 anos. De acordo com as investigações, ele esteve envolvido diretamente na execução de Rielson.

“E com essa prisão e com os elementos que já existiam nos autos do inquérito policial, foi possível reunir os elementos suficientes para apontar Rogério Andrade como sendo o mandante da morte de Rielson”, complementa o delegado.

Conforme o inquérito, Rogério Andrade conseguiu extraviar cheques da Prefeitura de Itagimirim para pagar uma dívida contraída com um grupo de ciganos. Ao descobrir a fraude, o prefeito Rielson sustou os cheques.

Ameaçado e constrangido publicamente pelos agiotadas conforme o Radar 64, o então vice-prefeito resolveu matar o gestor. Ele acreditava que, assumindo o cargo, conseguiria saldar a dívida.

Queima de arquivo

Para a polícia, Jaimilton, o homem preso em Brasília foi o executor do assassinato. Jaimilton havia se mudado para a capital federal com o pai, a mãe e um irmão pouco mais de um ano após a morte do prefeito Rielson. Ele se sentiu ameaçado depois da morte de outro irmão, Alessandro Neves Lopes, o ‘Sandro Seco, também investigado pela morte do prefeito. Jaimilton acreditava que Rogério tinha encomendado a morte do seu irmão, como queima de arquivo.

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