Escolhido por Jair Bolsonaro para ocupar a cadeira do decano Celso de Mello no STF, o desembargador Kássio Nunes virou conforme a coluna Radar da revista Veja, alvo da ala ideológica do bolsonarismo que viu na sua escolha a força do lobby do centrão.
Por ter sido indicado ao TRF-1 na gestão de Dilma Rousseff, e por ter boa relação com petistas como o governador Wellington Dias, do Piauí, sua terra natal, o desembargador também passou o dia apanhando nas redes.
Ciente de que a chegada no Senado não será tão suave quanto gostaria, Nunes preparou uma espécie de “biografia conservadora” para conquistar os senadores bolsonaristas mais desconfiados.
O desembargador vai mostrar que também compartilha de algumas paixões do bolsonarismo, como as armas, a religião e o universo militar dos batalhões.
Nunes é um “CAC”, como são conhecidos os portadores de “CR” (certificado) de Colecionador, Atirador e Caçador esportivo. O magistrado tem na sua coleção uma pistola calibre 380 e uma pistola calibre 9 milímetros, mas já atirou com rifles e armas maiores.
Já no universo militar, orgulha-se de ter sido reconhecido pelo Exército e pela Aeronáutica. Em 2012, ganhou do Exército a Medalha do Pacificador, por serviços prestados à instituição.
Em 2013, levou a Ordem do Mérito da Aeronáutica, também por reconhecimento pelos serviços prestados. Na próxima quinta-feira, Nunes vai conhecer o Comando de Defesa Cibernética do Exército.
Se o lado “bancada da bala” do futuro ministro do Supremo não for suficiente, o passado de estudos no Colégio de Padres Diocesano São Francisco de Sales, em Teresina (PI), será outra área destacada no currículo do desembargador.
Além das missas semanais e preparação da catequese, o colégio manteve a formalidade dos trajes dos estudantes com origem na farda militar. O desembargador manteve o hábito de frequentar a eucaristia mesmo após a sua formação.