Na manhã desta quarta-feira (23) a Polícia Federal deflagrou a 75 fase da Operação Lava Jato, chamada de Operação Boeman, para investigar denúncias decorrentes do acordo de colaboração premiada de lobistas que atuavam junto a funcionários da Petrobras e agentes políticos com influência na estatal, realizado junto ao Ministério Público Federal.
Foram expedidos 23 mandados de busca e apreensão para cumprimento no Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe, além de ordens de bloqueio de valores até o limite dos prejuízos identificados até o momento.
De acordo com relatos da delação, teriam sido praticados crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro durante o processo bilionário de contratação pela Petrobras do fornecimento de navios lançadores de linha (PLSV).
Durante a investigação, verificou-se que a um dos investigados coube a obtenção indevida de informações privilegiadas junto a setores técnicos da Petrobras para a formulação das propostas vencedoras do certame licitatório.
Por outro lado, aos colaboradores recaiu o encargo de garantir, por meio de contatos políticos, que as empresas estrangeiras viessem a ser incluídas no processo competitivo.
Paralelamente às investigações, a Polícia Federal obteve, por meio de cooperação jurídica internacional, informações de que autoridades holandesas também conduziram apuração de fatos que teriam origem nas ilicitudes perpetradas para o fornecimento dos navios lançadores de linha (PLSV).
Ainda segundo a PF, as empresas estrangeiras vencedoras da licitação, posteriormente, subcontrataram uma companhia holandesa para execução do serviço licitado, a qual era representada por um dos empresários brasileiros investigado, e que, em virtude dos acordos espúrios, também realizou pagamentos ilícitos aos envolvidos.