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terça-feira 22 de setembro de 2020 às 18:43h

Deputados que foram ao Pantanal rebatem Bolsonaro e pedem recursos para combater incêndios

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Deputados que participaram de missão oficial da Câmara ao Pantanal apresentaram nesta terça-feira (22), no Plenário, relatos sobre a situação das queimadas e da seca no estado. Eles ainda criticaram o discurso do presidente Jair Bolsonaro, na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), por ter culpado povos indígenas pelas queimadas e pelo desmatamento no Pantanal e na Amazônia.

A deputada Professora Rosa Neide (PT-MT) disse que nunca viu uma seca tão grande e uma situação tão grave no Pantanal. Ela relatou que apenas 172 pessoas estão oficialmente combatendo os incêndios, entre bombeiros e voluntários. “Eles não dão conta de apagar o fogo no Pantanal. Precisamos de mais recursos”, alertou.

Os deputados e senadores que participaram da missão conversaram com fazendeiros, povos originários do Pantanal, quilombolas e donos de pousada. “Como mato-grossense estou indignada com presidente Bolsonaro. O povo do Pantanal está na defesa do Pantanal. Se alguém colocou fogo, não foram os caboclos e índios.”, completou.

A deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), que é indígena, acusou o presidente de irresponsável e leviano por culpar os povos indígenas pelos incêndios. “Dados científicos do Inpe e outras instituições mostram que as áreas indígenas são as mais protegidas. As queimadas ocorrem em áreas invadidas e griladas. Os indígenas conservam a biodiversidade e a natureza pelos meios tradicionais de gestão ambiental.”

Também presente na missão oficial, o deputado Nilto Tatto (PT-SP) propôs a aprovação de projeto com medidas econômicas para promover o desenvolvimento sustentável e garantir a preservação na Amazônia e no Pantanal. Ele defendeu o impeachment de Bolsonaro. “Não dá para salvar a Amazônia e o Pantanal com este governo.”

Soberania

Já o deputado General Girão (PSL-RN) disse que o presidente Jair Bolsonaro defendeu a soberania do Brasil em seu discurso na ONU. “O presidente Bolsonaro hoje fez uma fala sensata e equilibrada, defendendo o País. A Amazônia é soberania brasileira. Estamos enfrentando, anos e anos, uma penetração ideológica em vários setores da sociedade.”

Vice-líder do MDB, Hildo Rocha (MDB-MA) afirmou que não ouviu mentiras no discurso de Bolsonaro na ONU. “O pronunciamento foi muito bom, enalteceu o agronegócio do Brasil, que de fato é muito forte, e mostrou a realidade do País em todas as áreas. O governo enfrentou a Covid-19 destinando recursos para Saúde a municípios e estados, além de ajudar a pagar salários nas empresas e auxílio-emergencial. Não vejo aonde está a mentira.”

O deputado Giovani Cherini (PL-RS) acusou a oposição de promover desinformação sobre o discurso na ONU e afirmou que as críticas vêm de mentes medíocres. “Foi Bolsonaro que mandou a seca e não fez chover durante 120 dias?”, ironizou. “Quero parabenizar o presidente pela sua coragem. O governo está fazendo sua parte.” Ele ainda criticou as medidas restritivas de prefeitos e governadores para combate à epidemia, que na sua avaliação sacrificaram a economia. “Os Mandetinhas se espalharam pelas prefeituras e universidades do País.”

Auxílio

Líderes da oposição criticaram outros pontos do discurso de Bolsonaro na ONU, entre eles o combate à pandemida de Covid-19 e a distribuição do auxílio emergencial. O líder do PSB, Alessandro Molon (PSB-RJ), afirmou que o presidente em todo o tempo diminuiu a gravidade da pandemia. “Não fosse o comportamento irresponsável do presidente da República, o Brasil não teria chegado ao número de mais de 137 mil mortes de Covid-19”.

A líder do PSOL, Sâmia Bomfim (Psol-SP), disse que a pior mentira no discurso de Bolsonaro foi a declaração de que o auxílio emergencial era de US$ 1000 por pessoa. “O presidente era contrário ao valor de R$ 600, que agora foi reduzido para R$ 300. Precisamos derrubar essa mudança na MP 1000/20”.

O líder do PT, José Guimarães (PT-CE), afirmou que o presidente Bolsonaro transfere sua responsabilidade a terceiros. “Ele culpa todo mundo, menos ele. É como se não fosse presidente da República. Ele é o maior culpado pela crise ambiental, sanitária e econômica.”

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