A decisão do presidente Michel Temer de manter o reajuste dos servidores do Executivo e incluir o aumento dos ministros do STF no orçamento de 2019, a ser enviado ao Congresso nesta sexta-feira (31) revela o enorme abismo existente entre a ilha da fantasia de Brasília e o mundo real, o Brasil que produz e gera riqueza.
Com 13 milhões de desempregados, a economia patinando e o País vivendo uma das mais graves crises fiscais da história, é uma afronta usar o dinheiro dos contribuintes, para conceder ganhos salariais a quem tem estabilidade no emprego e não corre o risco de perder seu ganha pão.
Em 2016, num de seus primeiros atos após assumir a Presidência, Temer já deu sinais de que não tinha a menor intenção de enfrentar o corporativismo que assola o País, ao garantir reajustes generosos para várias categorias, que depois se espalharam por todo o funcionalismo.
Agora, no apagar das luzes de seu governo, ele se curvar mais uma vez ao lobby dos servidores, deixando para seu sucessor um rombo ainda pior nas contas públicas, com reflexos negativos em todas as trincheiras da economia.
Por José Fucs