Apresentada pelo governo nesta última quinta-feira (3), a proposta de reforma administrativa sofreu cortes para atender a pressões de servidores e de políticos do centrão, aliados do presidente.
De acordo com a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, parlamentares convenceram o ministro da Economia, Paulo Guedes, a retirar mais dois pontos do texto. Entre eles estão a de um artigo que criava um “fast track” para privatizações e outro que acabava com a licença remunerada de servidores que se lançam candidatos.
Conforme auxiliares do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a perspectiva de diluição da reforma é crescente, antevendo a votação da última etapa da norma, a que mais mexe com a vida dos servidores, em 2022.
A última etapa deve definir quais são as carreiras “típicas de Estado” que terão direito à estabilidade. Classes numerosas, como a de professores, correm o risco de perder o status, o que tende a balançar candidatos à reeleição, inclusive Jair Bolsonaro, e afrouxar a norma.
Ainda conforme a publicação, por outro lado, a engenharia por trás da entrega da reforma mostra a vitória da nova forma de fazer política, em que os líderes dos partidos avisam o que deve ser retirado ou alterado para fazer os projetos avançarem no Congresso. Eles deram aval, por exemplo, para o polêmico ponto que aumenta poderes do presidente para extinguir órgãos do governo.