Candidato a presidente da República, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) lançou mão de uma estratégia para combater a pecha de racista. De acordo com a Folha, Bolsonaro chamou o subtenente do Exército Hélio Fernando Barbosa Lopes, seu amigo, e emprestou o seu sobrenome para que ele concorra a uma vaga na Câmara dos Deputados. Na urna, ele será Hélio Bolsonaro. Em 2016, quando tentou se eleger vereador em Nova Iguaçu, concorreu sob a alcunha Hélio Negão.
Trata-se de acordo do qual os dois tentam se aproveitar: Hélio quer pegar impulso na popularidade do líder das pesquisas de intenção de voto para presidente sem Lula (PT), e Bolsonaro pode estufar o peito para dizer que é amigo de uma pessoa negra e, portanto, supostamente não poderia ser acusado de ser racista.
A estratégia coincide com a aproximação de julgamento que pode transformar Bolsonaro em réu sob acusação de racismo contra quilombolas e outros grupos sociais.
Na terça-feira (28), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deve decidir se aceita a denúncia contra o candidato a presidente.