O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, enviou uma carta ao chanceler Ernesto Araújo em que, segundo a coluna de Bela Megale, pede uma trégua pelas “profundas diferenças políticas e ideológicas” entre os dois países, para coordenarem ações de combate à covid-19. O documento é do dia 7 de agosto.
“A covid-19 não distingue ideologias, nem tendências políticas, não discrimina crenças, nacionalidades e etnias, nem por razões de sexo, idade ou condição social. O mundo deve se unir para fazer frente a ela”, escreveu Arreaza. No documento, o ministro venezuelano destaca que esse é o momento de “dar uma oportunidade à diplomacia, ao diálogo e ao entendimento” e reitera a mensagem do presidente Nicolás Maduro a Jair Bolsonaro, pedido que Venezuela e Brasil estabeleçam mecanismos de coordenação para combater a pandemia.
“Busquemos uma forma de transcender nossas diferenças particulares, dando um passo para uma nova dinâmica de relacionamento bilateral integral, para o bem comum de nossos povos”, diz o venezuelano. O ministro lembra que a América Latina constitui um dos epicentros de crescimento da covid-19 e que “é urgente uma ação coordenada”. Ele cita a “extensa fronteira comum” entre os dois países, marcada por “vínculos familiares, culturais, sociais e econômicos”.
Entre março e abril deste ano, o governo Bolsonaro encerrou as atividades da Embaixada e dos consulados brasileiros na Venezuela e trouxe de volta os funcionários que atuavam na representação diplomática naquele país. A coluna questionou o Itamaraty se houve resposta ao governo venezuelano e se brasileiros que estão naquele país vêm recebendo assistência em meio a pandemia da covid-19. Não houve retorno.