Os deputados federais bolsonaristas fizeram um pacto, até segunda ordem, de não fazerem críticas públicas a Jair Bolsonaro, mas o site Antagonista informou que o clima ficou tenso no grupo de WhatsApp da Aliança pelo Brasil nos últimos dias.
O tom é de decepção com o presidente, que tem prestigiado cada vez mais o Centrão, em detrimento desse grupo de fiéis escudeiros. A um deles, Bolsonaro chegou a dizer recentemente que os políticos do Centrão “dão mais votos”.
A reaproximação de Bolsonaro com a turma de Luciano Bivar, de olho nas eleições municipais deste ano e também já pensando em 2022, foi a gota d’água, dando um nó na cabeça desses parlamentares — a maioria ainda pouco acostumada ao jogo de poder em Brasília.
A insatisfação com Bolsonaro, como já mostramos em vários episódios, não é de agora, mas a “base raiz” — que vem diminuindo desde o início do governo — mantém a defesa pública do presidente por questão estratégica e sobrevivência política: eles precisam alimentar o eleitorado de origem se quiserem permanecer no Congresso.
Alguns, diante da real possibilidade de o presidente retornar ao partido pelo qual chegou ao Planalto em 2018, sonham que, em se confirmando esse movimento, Bolsonaro possa assumir o controle da legenda, deixando somente o comando de Pernambuco nas mãos de Bivar. Com isso, teriam a narrativa para enterrar o projeto da Aliança.
Estes têm fé de que o presidente poderia trocar todas as presidências de diretórios e expulsar os considerados “traidores”, como Joice Hasselmann, Júnior Bozzella e Major Olímpio.
Outros, no entanto, acham essa engenharia improvável e defendem que é preciso resistir, tentando convencer o presidente a mandar uma banana para o PSL e continuar apostando no novo partido.
Bolsonaro já foi informado de todo esse contexto por aqueles que ainda têm algum tipo de acesso a ele.