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Ciro vive dilema em relação ao Nordeste

sexta-feira 24 de agosto de 2018 às 08:05h

De cada 10 eleitores do presidenciável Ciro Gomes (PDT), 4 estão no Nordeste. Segundo a mais recente pesquisa Ibope, o pedetista tem 14% das intenções de voto na região (o que significa 42% dos votos dele).

Com esses dados, nomes fortes da campanha de Ciro afirmam que o cenário ideal, pelo menos para levá-lo ao segundo turno, seria a sua consolidação entre o eleitorado nordestino, dobrando suas intenções de voto e evitando a transferência de eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – condenado e preso na Lava Jato – para o ex-prefeito Fernando Haddad, vice na chapa petista.

Segundo o presidente do PDT, Carlos Lupi, Ciro é forte no Nordeste e deve consolidar ainda mais sua liderança no Ceará. “E, nos demais Estados, vamos contar com palanques competitivos”, disse Lupi. Apesar do otimismo, a matemática não é tão simples – já que o jogo de alianças regionais do PDT atinge um arco que vai do MDB de Renan Calheiros (em Alagoas) ao próprio PT. Ou seja, a lealdade eleitoral se desenha bastante difusa e pragmática.

A campanha de Ciro vai reforçar ataques ao PT e ao próprio Haddad no Nordeste. A missão pedetista é evitar que o ex-prefeito de São Paulo herde os votos de Lula. Para isso, já trabalham com o discurso da “irresponsabilidade petista” e de carimbar em Haddad a ideia do “poste” e de alguém com poucas ligações com o Nordeste.

Ciro quer conquistar o eleitor que estiver “órfão” do ex-presidente ao tentar desconstruir a imagem de Haddad. As agendas e ações no Nordeste devem se intensificar na medida em que o ex-prefeito já está visitando os Estados da região. Hoje, segundo a pesquisa Ibope, Haddad tem apenas 5% dos votos dos nordestinos.

Outras regiões. O presidenciável do PDT também busca eleitores no Sudeste. Nesta semana, Ciro focou esforços, e suas primeiras ações de rua, na Grande São Paulo, mais especificamente Guarulhos (anteontem) e Osasco (ontem). Apesar de pouca militância nas ruas, a proposta do PDT é buscar o eleitorado petista na região – abrindo mão do voto do interior de São Paulo, que já considera perdido para Geraldo Alckmin (PSDB) e Jair Bolsonaro (PSL).

Para sobreviver na corrida presidencial, afirmam interlocutores, Ciro vai ter de correr – mantendo “um olho no peixe e outro na gato”. A agenda dele nos próximos dias confirma essa avaliação. Hoje, Ciro estará em Brasília e, amanhã, segue para uma extensa agenda no Tocantins – região de Kátia Abreu, vice em sua chapa.

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