A atriz e gestora cultural Maria Marighella, pré-candidata pelo PT à vereadora de Salvador, criticou as indicações, publicadas na sexta-feira (7) no Diário Oficial da União, de André Porciuncula Alay Esteves para a Secretaria Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura e de Mauricio Noblat Waissman para a Secretaria Nacional de Desenvolvimento Cultural. Os cargos são ligados à Secretaria Especial de Cultura do Governo Federal.
Waissman foi assessor durante a passagem de Regina Duarte pela Secretaria e Esteves é bolsonarista e policial na Bahia. Os dois são seguidores de Olavo de Carvalho, ideólogo do governo Bolsonaro, e não têm qualquer ligação com o setor de cultura.
Para a petista, mais do que revelar o olavismo, as indicações são uma reação à grande vitória da mobilização social para a aprovação da Lei Aldir Blanc. A lei prevê um conjunto de ações para o setor, entre elas, auxílio para trabalhadoras e trabalhadores culturais, um dos mais atingidos pelas medidas de isolamento social por conta da Covid-19.
Marighella atenta ainda para o fato de que os dois indicados vão gerir áreas estratégicas e sensíveis na elaboração de políticas culturais, o que pode revelar o avanço do autoritarismo do governo junto ao setor. “É um ato de vigilância, autoritário, da ordem do arbítrio”, concluiu.