quarta-feira 1 de maio de 2024
Fotos: Reproduções
Home / NOTÍCIAS / STF julga parcialidade de Moro no caso Lula, e pena do petista pode ser anulada
sexta-feira 7 de agosto de 2020 às 18:07h

STF julga parcialidade de Moro no caso Lula, e pena do petista pode ser anulada

NOTÍCIAS


Previsto inicialmente para o segundo semestre deste ano, o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) do processo em que o ex-juiz Sergio Moro é acusado de ter atuado de forma parcial nas causas contra o ex-presidente Lula pode ser adiado para 2021.

Se Moro vier a ser considerado parcial pelo STF, a sentença de Lula no caso do triplex do Guarujá (SP) poderia ser anulada na mesma decisão. O petista foi condenado nessa acusação a 12 anos e um mês de prisão, na segunda instância.

A expectativa da defesa era de que Moro fosse julgado antes da saída do ministro Celso de Mello na turma que discute o caso.

Em novembro deste ano, o decano da Corte, Celso de Mello, atinge 75 anos de idade, data-limite para atuar no Judiciário.

O substituto será escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro.

Mas o julgamento ainda não tem data marcada, e Celso de Mello pode ser submetido a um novo procedimento cirúrgico. Além disso, não há previsão da volta no STF das sessões presenciais.

Na avaliação da defesa, o voto de Mello é incerto, mas eles consideram que o decano é um “garantista” – ou seja, que assegura aquilo que está na Constituição -, o que não se tem certeza sobre o indicado de Bolsonaro.

A defesa do petista alega suspeição do ex-ministro da Justiça quando era juiz da Lava Jato em Curitiba em relação ao processo do triplex de Lula. Para a Justiça, o ex-presidente recebeu o apartamento da OAS como retribuição por contratos fechados entre a construtura e a Petrobras.

Na turma julgadora do STF também está o ministro Gilmar Mendes, um dos principais críticos do trabalho de Moro na condução da investigação do caso de corrupção em torno da Petrobras.

No pedido, a defesa acrescentou as mensagens obtidas pelo site Intercept, que mostram conversas de Moro com os procuradores da Operação Lava Jato, em que o ex-juiz indica testemunha que poderia colaborar para a apuração sobre o ex-presidente Lula, orienta a inclusão de prova contra um réu em denúncia que já havia sido oferecida pelo Ministério Público Federal, sugere alterar a ordem de fases da operação e antecipa uma decisão judicial.

Vitória petista

Nesta semana, o ex-presidente teve uma vitória no STF no processo da Operação Lava Jato em que é acusado de ter recebido propina da Odebrecht por meio de um terreno para o Instituto Lula e de ter usado dinheiro da empreiteira para comprar o apartamento vizinho ao que mora em São Bernardo do Campo (SP).

A Segunda Turma do STF determinou a exclusão da delação do ex-ministro Antonio Palocci do processo contra o ex-presidente. Moro divulgou o depoimento de Palocci dias antes do primeiro turno da eleição presidencial de 2018.

A decisão foi tomada por dois votos a um. Os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes foram favoráveis à exclusão dos trechos da delação. O ministro Edson Fachin, relator do processo, votou contra o pedido da defesa.

Ao proferir seu voto, Gilmar Mendes afirmou que Moro pretendeu criar um “fato político” contra Lula e indicou ter agido sem a imparcialidade esperada de um juiz.

“Verifica-se que o acordo foi juntado aos autos da ação penal cerca de três meses após a decisão judicial que o homologara. Essa demora parece ter sido cuidadosamente planejada pelo magistrado para gerar verdadeiro fato político na semana que antecedia o primeiro turno das eleições presidenciais de 2018”, afirmou Mendes.

Veja também

Parlamentares da Finlândia de olho no etanol para descarbonização da frota

Uma comissão parlamentar da agricultura da Finlândia esteve no Brasil na semana passada conforme a …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!
Pular para a barra de ferramentas