O governador da Bahia, que é filiado ao PT, diz ser favorável à criação de um imposto nos moldes da CPMF, mas com alíquota “muito pequena”. A proposta do ministro Paulo Guedes (Economia) defende uma alíquota entre 0,2% e 0,4% de um novo imposto sobre transações eletrônicas ou digitais.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, no Jornal Gente, Rui Costa citou esse modelo de tributo como ferramenta para controlar melhor as operações.
Como consequência, na avaliação do petista, a utilização do sistema financeiro pelo crime organizado seria combatida com mais eficácia:
“Eu me somo àqueles que identificam essa contribuição não como forma de garantir arrecadação ou a sustentação de Estados e municípios ou da União, mas sim com um bom formato, com um porcentual muito pequeno, que garanta controle das operações financeiras. Infelizmente, o crime organizado no mundo inteiro utiliza o sistema financeiro para fazer movimentações”.
Num contexto mais amplo, Rui Costa é a favor de uma reforma tributária que, nas palavras dele, traga “justiça social”. Para o governador da Bahia, o atual sistema de impostos no Brasil é um “Robin Hood” às avessas:
– “O grande problema no Brasil é que nós temos um imposto reverso, ou seja, Robin Hood ao contrário. Quem paga proporcionalmente mais impostos são os pobres, porque o imposto no Brasil é centrado no consumo. Em outras nações no mundo, a arrecadação é concentrada nas fontes de renda. Quanto mais rica for a pessoa, quanto mais patrimônio tiver, mais paga imposto. No Brasil é exatamente o contrário”.
A Bahia deve fechar o ano com frustração de receita de R$ 3,5 bilhões por causa da pandemia, e o governador Rui Costa estimou que o reequilíbrio das contas só vai acontecer em 2022.
A entrevista do governador da Bahia foi concedida aos jornalistas Thays Freitas, Pedro Campos e Cláudio Campos, no Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes.