O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, atendeu pedido da Polícia Federal e autorizou a corporação a ter acesso aos dados da investigação do Facebook que acabou derrubando uma rede de contas e perfis falsos ligados a integrantes do gabinete do presidente de Jair Bolsonaro, a seus filhos, ao PSL e aliados.
Segundo apurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o acesso às informações da investigação do Facebook foi autorizado em dois inquéritos que correm junto ao Supremo Tribunal Federal e inquietam o presidente: o das fake news e o dos atos antidemocráticos.
No âmbito do primeiro, Alexandre chegou a apontar, em maio, indícios de que um grupo de empresários atuava de maneira velada financiando a disseminação de notícias falsas e conteúdo de ódio contra integrantes da Corte e outras instituições. O ministro também definiu como “associação criminosa” o grupo do “gabinete do ódio”.
No último dia 8, o Facebook anunciou que identificou e removeu 35 contas, 14 páginas e 1 grupo no Facebook e 38 contas no Instagram por ‘comportamento inautêntico coordenado’.
O material investigado pela plataforma identificou pelo menos cinco funcionários e ex-auxiliares que disseminavam ataques a adversários políticos de Bolsonaro. Na lista está Tercio Arnaud Thomaz, que é assessor do presidente e integra o chamado ‘gabinete do ódio’, núcleo instalado no terceiro andar do Palácio do Planalto.
Um dos funcionários envolvidos na rede identificada pelo Facebook trabalhava para Carlos Bolsonaro, filho do presidente. Outro é contratado do deputado estadual pelo PSL de São Paulo Coronel Nishikawa.
A rede de fake news derrubada pelo Facebook também inclui os deputados estaduais Anderson Moraes e Alana Passos, ambos do PSL do Rio.
A rede social indicou que as páginas no Facebook que foram derrubadas tinham 883 mil seguidores, enquanto as contas no Instagram, 917 mil seguidores. Além disso, 350 pessoas estavam no grupo investigado.