Cálculo foi feito pela Associação Nacional dos Consumidores de Energia e considera os gastos necessários para que as distribuidoras recuperem seu equilíbrio econômico-financeiro
O consumidor de energia pode arcar com custos que podem alcançar R$ 70 bilhões até 2024, além dos R$ 16 bilhões previstos na “Conta Covid”, como é chamada a solução financeira para auxiliar o setor no período da crise.
O cálculo, feito pela Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), considera conforme publicou o jornal Valor, os gastos necessários para que as distribuidoras tenham o reequilíbrio econômico-financeiro nos próximos anos.
Segundo a entidade, o empréstimo às distribuidoras levou em conta a queda no consumo durante a quarentena e ao longo do ano de 2020. No entanto, para os próximos anos, é estimado consumo menor, por conta da recessão econômica em decorrência da pandemia. Neste cenário de sobra de energia, as empresas terão que solicitar cálculos para reequilibrar seus contratos de concessão.
“Com o impacto econômico da covid-19, as distribuidoras continuarão registrando sobrecontratação de energia nos próximos anos e o volume excedente será negociado, provavelmente, por um valor mais baixo do que o pago pelas concessionárias”, afirma o diretor-presidente da Anace, Carlos Faria, em nota.
Segundo o executivo, para o reequilíbrio econômico-financeiro das contas das distribuidoras, os custos dos prejuízos futuros terão que ser incluídos nas tarifas de energia elétrica, de forma que o consumidor pagará cerca de R$ 16 bilhões do orçamento previsto para a Conta Covid em 2020 e, depois, cerca de R$ 70 bilhões referente às sobrecontrações que ocorrerão nos próximos anos.
Para a associação, não é justo que o consumidor pague sozinho pelos custos da Conta Covid e ainda arque com os reflexos das revisões dos contratos das distribuidoras.