A Prefeitura de Candeias , através da equipe técnica da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano (Seplandur), junto ao secretário Robson de Santana, apresentou na última sexta-feira (27), à Coordenadoria da Secretaria de Saúde do município, os primeiros resultados do estudo geográfico feito para entender o comportamento da contaminação pelo novo coronavírus em Candeias. O trabalho permitiu a elaboração de mapeamentos, que, além de apresentar minunciosamente as delimitações e características de todo o município, demonstra diversas nuances comportamentais dos moradores e da disseminação da doença, como a movimentação e taxa de isolamento por bairros.
“Revisitamos os quatro cantos do município e observamos a movimentação de cada localidade. Apresentei a equipe, para além de obtermos os dados por meio da tecnologia, podermos avaliar presencialmente a realidade de cada lugar”, explicou o secretário. Santana apresentou o mapa da Covid-19, o mapa dinâmico e o mapa de calor, que mostra os pontos de maior atividade num determinado espaço de tempo. De acordo com ele, o estudo vai auxiliar a gestão no reconhecimento das necessidades de ações por bairros e também para explicar a população sobre as iniciativas que precisarão ser tomadas.
Para o geógrafo da Seplandur, Luiz Ferraz, a implantação do mapeamento é crucial para o momento de enfrentamento da crise, e também vai trazer benefícios futuros com o conhecimento das áreas. O saneamento básico, o esgotamento sanitário, a faixa etária predominante de cada área foram apontadas nos mapas. “São múltiplas informações colhidas, além do mapa da Covid. Já podemos perceber que os bairros do Malembá e do Santo Antônio são os que possuem maior densidade populacional na cidade. Nesses bairros, a movimentação é maior assim como a taxa de contaminação, é importante apresentar isso aos moradores para que eles entendam o porque o bairro tem mais contaminados que em outros lugares”, disse.
Aplicação da Tecnologia
O diretor administrativo do hospital municipal, Marcelo Cerqueira, teve o mapeamento como um instrumento de grande auxílio nas ações de enfrentamento da pandemia. “Já agimos no município, de forma acertada, com o toque de recolher, com o lockdown reduzindo, no primeiro momento, a movimentação no centro da cidade e depois, o total. Mas o mapeamento vai ser ainda de muita ajuda, porque conseguimos a desaceleração dos casos, mas a curva de contaminação ainda cresce”, afirmou Cerqueira. Ele disse que apesar dos mapas demonstrarem os bairros onde estão concentrados os grupos de risco, a movimentação dos jovens é o que mais tem preocupado o comitê de Saúde, pois muitos não tem tomado as medidas de proteção de isolamento social, uso de máscaras e com alta circulação nas ruas. O superintendente prevê que ações setoriais, por bairros, poderão ser tomadas com o auxílio do mapeamento.