As sessões legislativas em Bragança Paulista estão acontecendo virtualmente em razão da pandemia do novo coronavírus.
Vereadores da cidade ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo aguardam o posicionamento oficial da presidente da casa, Beth Chedid (DEM), mas afirmaram que, caso não seja tomada uma posição coletiva, devem encaminhar a questão ao Conselho de Ética.
“Eu busco hoje uma representação feita por vários vereadores. Caso eu não consiga, vou buscar sozinho”, disse à reportagem o vereador Quique Brown (PV). “Eu não vou passar pano para essa história. Você pegar um objeto de fetiche e fazer isso enquanto uma mulher está falando é asqueroso.”
Nota emitida Câmara diz que a Casa está analisando as imagens e estuda as medidas que podem ser tomadas. De acordo com o regimento da Câmara bragantina, “proceder de modo incompatível com a dignidade da Câmara ou faltar com o decoro na sua conduta pública” é conduta passível de cassação de mandato.
O vereador Basílio Zecchini (PSB), que também é advogado, entende que o ato do colega configura quebra de decoro.
“Vou propor alterações no regimento para garantir o decoro durante a realização das sessões online, regulamentando a postura que cada vereador deve manter durante as sessões virtuais da Câmara Municipal. Algo que era para ser óbvio, mas que ficou claro não ser”, afirmou Zecchini.
O vereador Ditinho do Asilo, que é da base do prefeito Jesus Chedid (DEM), no entanto, não teme perder o cargo. “Os nobres pares dessa casa sabem da minha conduta. Eles têm consciência de que não fiz isso aqui para me promover”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo.
De acordo com Ditinho, a calcinha era presente de um amigo. “Achei que tinha desligado a minha câmera e meu microfone, mas não procedi corretamente, ficando a câmera aberta. Tratava-se de uma brincadeira e dentro do embrulho havia uma calcinha comprada em sex-shop, muito perfumada. Só peguei a peça íntima porque acreditava que a câmera estava desligada”, explica.
Mas, em grupo de WhatsApp, Ditinho do Asilo chegou a dar risada de reportagem na TV Globo sobre o assunto, como mostra print obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo.
A reportagem não conseguiu contato com as vereadoras Beth Chedid e Fabiana Alessandri. O espaço está aberto para manifestações.