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segunda-feira 22 de junho de 2020 às 10:48h

Fernando Ferry entrega cargo de secretário de saúde do Rio: ‘Tentei resolver os graves problemas’

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O secretário estadual de saúde, Fernando Ferry, vai entregar a sua carta de demissão ao governador Wilson Witzel na tarde desta segunda-feira (22). Em um vídeo enviado ao “Bom Dia Rio”, da “TV Globo”, o médico explica que “tentou resolver os graves problemas da saúde”.

“Eu queria agradecer ao governador por ter me dado essa oportunidade, de tentar resolver esses graves problemas que estamos vivendo na saúde. Só queria dizer mais uma coisa: peço desculpa à população. Mas a única coisa que tenho que falar é que eu tentei. Obrigada e espero que vocês me desculpem”, disse no vídeo.

Ferry era diretor do Hospital Universitário Gafrreé e Guinle e tem ampla experiência no tratamento de AIDS. Ele foi anunciado no dia 17 de maio e já assumiu a pasta no dia 18 em meio a uma das maiores crises sanitárias do estado. Edmar Santos e o governo de Witzel enfrentam denúncias de fraudes em licitações para a compra de respiradores. Os aparelhos são essenciais no tratamento da doença e para os sete hospitais de campanha que foram prometidos pelo governo do Rio, especialmente em pacientes que já estão mais debilitados pelo novo coronavírus.

Segundo a “TV Globo”, Ferry tomou a decisão de deixar o cargo na sexta-feira, dia 19, após uma reunião com sua equipe técnica, que fez um estudo afirmando que os hospitais de campanha não devem abrir e que não são necessários.

“Entendemos como não recomendado a abertura dos cinco hospitais de apoio estantes como leito para Covid-19 e a readequação dos hospitais já inaugurados a demanda atual da população”, diz o parecer técnico dos especialistas.

Em outro trecho do documento, a equipe afirma que ‘considerando que atualmente a taxa de ocupação de leitos dedicados ao tratamento dos pacientes vítimas de Covid-19 nas três esferas do governo no município do Rio de Janeiro é de 37,58% dos leitos totais e 55,81% dos leitos operacionais conforme”. Também falam que “considerando a possibilidade de uma segunda onda após a flexibilização, ainda assim podemos ofertar assistência à população com a ativação dos leitos que ora se encontram impedidos”.

O custo dos novos leitos em hospitais de campanha também seria um problema, como consta do documento feito pela equipe.

“Considerando que, o custo mensal com RH por leito de UTI no hospital de apoio é de R$ 43.780,82 e por leito de enfermaria com RH é de R$ 33.951,45”, diz outro trecho.

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