O governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou hoje que é improvável haver Carnaval, Réveillon ou qualquer outra festa que gere aglomerações até que seja desenvolvida uma vacina capaz de imunizar a população contra o novo coronavírus.
“Nada está decidido, mas acho pouco provável não só Carnaval, mas Réveillon ou qualquer outra festa de aglomeração no Brasil e no mundo”, afirmou o petista à CNN. Segundo o governador, sem a vacina, haveria um risco “enorme” de proliferação e de um segundo pico da epidemia. O estado cancelou a realização das tradicionais Festas Juninas e antecipou feriados para tentar conter a propagação do vírus.
Costa afirmou não ver perspectiva de retomada completa de atividade econômica, com o fim da quarentena, em razão da falta de diálogo entre governo federal, estados e prefeituras.
“Infelizmente, o Brasil não conseguiu produzir união no país para enfrentar o vírus. O governo federal pregou o tempo todo que era uma gripezinha, mesmo que morressem 30, 40 mil pessoas. Isso criou confusão. Estados e municípios não conseguem, sozinhos, fazer o isolamento necessário.”
De acordo com Costa, 60% dos leitos de UTI estão ocupados em todo a Bahia. Na capital, o índice é de 80%. Até ontem, eram 16.917 contaminados e 609 mortos no estado por covid-19.
O petista falou ao canal de notícias que sancionou lei que pode multar quem compartilhar notícias falsas sobre coronavírus. O Consórcio do Nordeste, que reúne governadores da região, elaborou um dossiê que, de acordo com o baiano, evidencia que há uma “estrutura profissional para garantir sincronismo no ataque a autoridades e defesa de falsos medicamentos, induzindo a população ao erro”.
Rui Costa também foi questionado sobre operação da Polícia Federal que realizou buscas em endereços do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), investigado por supostas fraudes na compra de equipamentos de saúde durante a epidemia. O petista afirmou que a apuração “vai dizer quem tem culpa e quem não tem”, mas criticou que instituições sejam utilizadas politicamente.
“A impressão é que tudo foi tramado anteriormente no gabinete do ódio, já que a citada deputada participa do núcleo de articulação política, vamos dizer, mais propagador do ódio neste país”, afirmou Costa, referindo-se à deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP). Na véspera da operação contra Witzel, ela afirmou a uma rádio que governadores seriam investigados pela PF.