A Nasa lançou com sucesso o voo espacial tripulado da nave espacial Crew Dragon na tarde deste sábado (30), às 16h22. A missão, que é fruto de parceria público-privada da Agência Espacial Norte-Americana com empresa aeroespacial SpaceX, é a primeira de solo americano em 9 anos e havia sido remarcada após ter seu lançamento no último dia 27 adiado, devido ao mau tempo.
O voo espacial entará para um dos marcos históricos da Nasa. Entitulado como Demo-2, a missão é também “o primeiro voo em órbita de astronautas norte-americanos em foguetes norte-americanos a partir de solo americano desde o final da era do ônibus espacial, em 2011”, conforme definiu a própria Nasa.
A decolagem foi a partir do Centro Espacial Kennedy, na Flórida. Diante da necessidade de isolamento social, pela qual boa parte do planeta passa devido à pandemia de Covid-19, a Nasa fez uma transmissão especial, via internet, da decolagem da nave que levará os astronautas Robert Behnken e Douglas Hurley até a Estação Espacial Internacional.
Sobre a equipe
Os dois astronautas terão papéis bem definidos durante a missão Demo-2 (a Demo-1 foi realizada sem tripulação, em teste envolvendo um boneco coberto de censores). Behnken será responsável por procedimentos como os de encontro, atracação e desencaixe, em especial enquanto a espaçonave estiver atracada na estação espacial. Já Hurley será responsável por atividades como lançamento, pouso e recuperação.
A missão validará o sistema de transporte de tripulação da SpaceX, o que inclui a plataforma de lançamento, foguete, nave espacial e recursos operacionais. Será também a primeira vez que os astronautas da Nasa testarão os sistemas de espaçonaves em órbita.
O fato de a missão partir dos EUA e ter como protagonistas astronautas norte-americanos aumentou o interesse da população dos Estados Unidos no evento.
A última decolagem de um veículo norte-americano em direção à Estação Espacial Internacional foi em 2011, ano em que o ônibus espacial Atlantis foi aposentado. Desde então, os EUA têm dependido dos foguetes russos Soyuz para chegar à estação, partindo do Cazaquistão.
Parceria com empresa privada
O Falcon 9 utiliza uma tecnologia completamente nova. Além de utilizar menos combustível, uma das partes mais caras do foguete se desprende ao atingir 80 mil metros de altura, volta intacta à Terra e posa na vertical. A estrutura pode ser reutilizada em futuras missões e reduz drasticamente o custo do lançamento.
O programa dos ônibus espaciais foi encerrado em julho de 2011 principalmente por causa dos valores, estimado em US$ 54,5 mil por quilo de carga. A empresa Space X conseguiu fazer a Nasa gastar 95% a menos para levar pessoas e cargas ao espaço. A economia oferecida pela empresa privada forçou a agência americana a engavetar projetos próprios de uma nova geração de naves e optar pela terceirização do transporte espacial.
Essa é a primeira vez desde a sua fundação, em 1958, que a Nasa assina um contrato do tipo. Por trás da conquista está o empresário Elon Musk, que diversificou os negócios que começaram com o carro elétrico.