O ministro da Educação, Abraham Weintraub, prestou depoimento à Polícia Federal, em Brasília, nesta sexta-feira (29), no âmbito do inquérito que investiga ataques e fake news contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi recebido pela corporação na sede da pasta, na Esplanada dos Ministérios. De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, Weintraub preferiu utilizar o direito a permanecer calado.
O governo tentou impedir o depoimento, apresentando um habeas corpus no Supremo solicitando que o ministro fosse removido da lista de investigados. A solicitação foi apresentada pelo ministro da Justiça, André Mendonça, e estendida a todos os que estão na mira da investigação.
Weintraub foi convocado a prestar depoimento por ordem do ministro Alexandre de Moraes, que conduz o caso na suprema corte. Ele foi chamado a explicar ofensas contra o STF ditas durante uma reunião no Palácio do Planalto no dia 22 de abril. “Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”, declarou Weintraub.
O habeas corpus ainda não foi avaliado pelo ministro Edson Fachin, que pediu manifestação de Moraes e da Procuradoria Geral da República. Com o depoimento concretizado, a solicitação do ministro da Justiça perde o objeto parcialmente. Moraes deve decidir sobre o futuro do ministro de Estado no inquérito, tendo em vista que ao ficar em silêncio, ele abre mão de se defender e não apresenta novas informações.