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quarta-feira 27 de maio de 2020 às 09:05h

Doria defende Witzel mas diz que investigação deve continuar

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Ao comentar a operação da Polícia Federal (PF) que teve como alvo o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), nesta última terça-feira (26) o chefe do Executivo paulista, João Doria (PSDB), afirmou que não há, ainda, um “crime configurado” e que o trabalho de apuração deve prosseguir. Ele criticou os fatos de o presidente Jair Bolsonaro parabenizar a PF pela operação e de a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) falar sobre a investigação em entrevista a uma rádio no dia anterior.

“Entendo que a investigação deve acontecer. Deve prosseguir por parte do Ministério Público e também de outros órgãos. Mas também me surpreendeu o fato de uma deputada federal vinculada ao presidente da República, literalmente falando em nome do presidente da República, um dia antes anunciava a existência de ações da Polícia Federal. Isso confronta, evidentemente, com iniciativas da Polícia Federal, onde toda e qualquer medida deve ser decidida e deliberada sob sigilo”, afirmou o governador paulista.

Doria fez referência à entrevista dada por Zambelli à Rádio Gaúcha na noite de segunda-feira. A parlamentar disse que a PF estava prestes a deflagrar operações para investigar irregularidades cometidas por governadores durante a pandemia da covid-19. Em entrevista ao Estadão, nesta terça-feira, ela negou que tenha recebido informações da investigação. “Dia 21 de maio saiu um avião da PF daqui (de Brasília) para o Rio de Janeiro. Houve uma operação anterior a essa. Então, era meio óbvio que fossem acontecer outras operações”, disse a deputada.Além da crítica a Zambelli, Doria também reclamou da forma como Bolsonaro lidou com o assunto. Ao ser questionado sobre o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra Witzel, pela manhã, o presidente sorriu e deu “parabéns” à PF. À noite, afirmou que não teve nada a ver com a operação, que não tem ingerência sobre o STJ e provocou Witzel. “Tem gente preocupada, querendo botar a culpa em mim, falando do meu filho”, afirmou o presidente.

“A investigação está em curso, não há crime configurado. O governador do Rio de Janeiro, e eu não sou seu procurador, nem preciso ser, não há transitado em julgado para estabelecer qualquer tipo de juízo. De comemorar ou de condenar. Atitudes como essa indicam o crescimento desse espírito autoritário e uma vinculação política de um órgão que deveria ser absolutamente técnico e independente”, disse Doria.

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