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segunda-feira 25 de maio de 2020 às 17:39h

Vereador critica demora dos órgãos públicos em atender as demandas da população mais pobre

POLÍTICA


As últimas chuvas que caíram na capital baiana causaram verdadeiros estragos nas casas de diversas famílias. A Gamboa foi mais uma vez atingida pela inoperância do poder público que mesmo com um histórico de tragédia no local não realizou nenhuma intervenção preventiva.

Na manhã deste último domingo (24), uma residência foi atingida pela lama após deslizamento de terra, na Rua Hamilton Sapucaia, principal via de acesso dos moradores ao bairro, quase um ano depois de uma casa desabar e outras serem notificadas na Gamboa de Baixo. O vereador Sílvio Humberto (PSB) usou as redes sociais para manifestar o seu repúdio à falta de atenção da Prefeitura para com os moradores, que amargam a espera por cuidados e atenção.

“Essas pessoas são vítimas da” endemia social chamada pobreza, que não atinge de forma indistinta toda a sociedade, diferentemente da Covid 19, que ainda navega no mar de incertezas acerca das causas e, sobretudo da cura. A recomendação mais eficaz é o isolamento social que no caso de Salvador uniu aparentemente a todos, inclusive aqueles de diferentes credos políticos. Basta ver o volume de recursos alocados (vontade política, articulações, dinheiro e pessoal). Enquanto isso, a já “endêmica” pobreza que atinge a maioria dos soteropolitanos, “Salvador a cidade de todos os pobres”, é o anverso da moeda, pois falta tudo que hoje vem sendo direcionado ao enfrentamento para pandemia. O que quero dizer, sendo redundante propositadamente para resolver o problema, é que o caso da Gamboa, é: empatia, vontade política e recursos. Não é um problema técnico e sim de prioridade” ratificou.

O vereador apontou ainda indícios de racismo na tratativa do problema. Diferentemente da Covid 19, o mal que atinge a comunidade da Gamboa tem causas, profilaxia e cura amplamente conhecidas. A pergunta é: Por que não resolvem de uma vez por todas? Uma das respostas, o racismo e suas manifestações que produzem violações crescentes e diárias dos corpos negros, homens e mulheres que resistem bravamente às intempéries do clima e as péssimas condições materiais que agravam suas vidas. Exigimos providências urgentes e imediatas. É uma questão de prioridade”, finalizou. De acordo com a Defesa Civil de Salvador (Codesal), o deslizamento de parte da via aconteceu sobre a laje de um imóvel, “sem causar nenhum tipo de dano ou vítimas”.

No Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) que se encerra nos próximos meses (junho ou Julho), a Gamboa foi reconhecida como Zeis cinco e recebeu o título de “COMUNIDADE POVOS TRADICIONAIS”, única no Centro da cidade. Um dos motivos de maior reclamação de quem vive no local, é o fato de que todas as obras da cidade principalmente bairros em nobres, não pararam e que a comunidade gritava pela continuidade das obras antes do início da pandemia e chuvas, inclusive foram realizadas mobilizações na porta do Gabinete do Vice Prefeito cobrando intervenções preventivas. Em outubro do ano passado, a comunidade da Gamboa contou com uma Audiência Pública com diversos vereadores para discutir a Regularização Fundiária e a especulação imobiliária que segue avançando a população em sua grande maioria negra que vive no local.

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