O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues, pediu a suspensão do sigilo sobre o vídeo da reunião do presidente Jair Bolsonaro com ministros no dia 22 de abril. O pedido foi endereçado ao ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello, que está cuidando do caso e decretou sigilo temporário da gravação.
No documento enviado ao STF, Randolfe Rodrigues afirma que o “sigilo deve ser medida excepcional, apenas quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem, não podendo ser confundido como mero interesse pessoal de agentes públicos que se aproveitam de uma reunião para o cometimento de crimes”.
O senador complementa que com a divulgação, “a sociedade possa livremente deliberar sobre os fatos expostos”. Randolfe anunciou na sessão virtual desta terça, no Senado.
O deputado Marcelo Freixo acionou o Supremo requisitando que o Congresso tenha acesso à gravação. Para ele, o presidente Jair Bolsonaro não foi o único a “cometer crimes” na reunião, citando também os ministros da Educação, Abraham Weintraub, e dos Direitos Humanos, Damares Alves.
Pelas redes sociais, outros parlamentares também pediram a quebra do sigilo da reunião. O senador Alessandro Vieira disse que o país “precisa ter acesso” às informações. A líder do partido, Eliziane Gama, disse que informações dadas pela imprensa revelam fatos graves.
O líder do PSL no Senado, Major Olímpio, disse que baixarias e palavrões “não são mais novidade na República” e que o centro da questão é a Polícia Federal”.
Já muitos parlamentares governistas preferem aguardar antes de emitir uma posição, já que o conteúdo do vídeo ainda não foi publicado. Eles lembram, por exemplo, do depoimento do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, apontado como fraco do ponto de vista jurídico e com uma repercussão desproporcional ao conteúdo.