O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) disse que o Brasil não corre risco de sofre uma ruptura institucional porque as instituições do país são fortes e equilibradas entre si. A afirmação foi feita em entrevista publicada neste último sábado (2) ao jornal argentino Clarín.
Toffoli declarou conforme o Poder 360, que a forma de falar do presidente Jair Bolsonaro talvez “não seja a mais apropriada”, mas destacou que o líder brasileiro, mesmo diante da pandemia e da instabilidade política pela qual o Brasil passa, respeita as decisões dos outros Poderes.
Na entrevista, Toffoli ressaltou que mais de 50 milhões de pessoas no Brasil que não têm emprego formal estão recebendo um auxílio emergencial R$ 600. Ressaltou que o Congresso Nacional e o Supremo, informatizados, continuam trabalhando.
O ministro comentou a decisão de Alexandre de Moraes que barrou a posse de Alexandre Ramagem na direção geral da PF (Polícia Federal). Questionado se isso não gerou embaraço na relação entre Judiciário e Executivo, o presidente do Supremo disse que a determinação foi tomada justamente no campo do sistema de freios e contrapesos, e frisou não vislumbrar riscos nas relações institucionais.
Toffoli destacou que já teve 1 trabalho de convivência com todos os chefes de Poder do país. “Neste relacionamento, vejo respeito pela institucionalidade. Apesar de a imprensa –que faz um trabalho responsável– destacar que não está indo indo bem e o que não está funcionando, há muitas coisas que funcionam”.
Em relação ao posicionamento do presidente Jair Bolsonaro que, por vezes, critica o isolamento social para evitar contaminação com o novo coronavírus, o chefe do Judiciário brasileiro defendeu que o presidente tem de se preocupar com a economia também, mas que as respostas dele talvez não sejam as mais adequadas. “Pode ser que a forma prejudique o conteúdo”. O magistrado, entretanto, lembrou que o ministro da Saúde, Nelson Teich, já ressaltou a necessidade do isolamento.
Toffoli também comentou a demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Pontuou que não haverá retrocesso no combate à corrupção no país com a baixa do nome que era o mais popular do Executivo.