A Câmara dos Deputados da Bolívia aprovou na última quarta-feira (29) um projeto de lei que estabelece que as eleições gerais inicialmente previstas para 3 de maio e que foram adiadas pelo novo coronavírus sejam celebradas antes de 90 dias.
O projeto, que deve ser aprovado pelo Senado, onde o Movimento ao Socialismo (MAS), partido do ex-presidente Evo Morales, tem confortável maioria, assim como na Câmara baixa, estabelece que as eleições “se realizem em um prazo máximo de 90 dias corridos, computáveis a partir da promulgação da lei” pela presidente interina, Jeanine Áñez.
Devido à emergência sanitária, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) tinha proposto esta semana ao Congresso que as eleições sejam realizadas entre 28 de junho e 27 de setembro.
Segundo as leis bolivianas, o Congresso deve aprovar uma norma que defina a data das eleições.
Porta-vozes do governo de transição manifestaram em diferentes oportunidades que sua prioridade é enfrentar o coronavírus, que até agora matou 50 pessoas e deixou mais de 1.000 contagiados no país.
Áñez assumiu temporariamente depois que as eleições de outubro de 2019 foram anuladas por irregularidades que provocaram protestos violentos contra Morales, que renunciou em novembro após quase 14 anos no poder.
Em uma última pesquisa em meados de março da empresa Ciesmori, o economista Luis Arce, afilhado político de Morales, mantinha o primeiro lugar nas intenções de voto com 33,3%, seguido a grande distância pelo ex-presidente de centro Carlos Mesa, com 18,3%, e pela presidente interina de direita Áñez, com 16,9%.