Mesmo antes dos efeitos da pandemia, a indústria baiana já havia manifestado recuo na produtividade do trabalho, com um índice de 0,6% registrado em 2019, com perspectivas de queda acentuada a partir da expansão do coronavírus em fevereiro.
Como convém e já é tradição no modelo econômico vigente, o excesso de estoque joga contra a produtividade, como ocorreu ano passado, além da crise econômica na parceira de negócios, a Argentina.
Os números constam do documento Produtividade na Indústria, divulgados pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb): foi o segundo ano consecutivo de crescimento abaixo de 1%.
“Os primeiros impactos negativos sobre a economia brasileira devem aparecer já nos dados de março, quando foram adotadas medidas de isolamento social no país por tempo indeterminado, observa o documento, relacionando à provável queda nos números à decisão de poupar vidas por parte de governos e prefeituras”, diz especialista.
A produtividade do trabalho é a razão entre o volume produzido e as horas trabalhadas na produção. Em 2019, a quantidade de bens produzidos pela indústria de transformação quase não variou (0,2%), enquanto as horas trabalhadas apresentaram queda de 0,5%.
No ano passado, apesar da recuperação da demanda interna, os estoques em níveis acima do desejado reduziram o estímulo à produção com o objetivo de não afetar os preços e a maximização de lucros.
Do lado externo, a crise na economia argentina reduzia a demanda por produtos manufaturados brasileiros, e tensões comerciais aumentavam as incertezas. Esse cenário contribuiu para o comportamento oscilante da produção industrial e a retomada vagarosa do investimento.