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sábado 25 de abril de 2020 às 09:39h

Troca de comando e saída de Moro deixam clima ruim na PF

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Agentes e delegados estão apreensivos com as condições que a instituição será submetida com a troca do diretor geral e do ministro da Justiça

Apreensão, especulações e preocupações com o futuro passaram a ser sentimentos predominantes entre delegados da Polícia Federal que conversaram com o R7. Eles revelaram que as denúncias feitas por Sérgio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro deixaram um clima ruim na instituição.

Nos corredores do “máscara negra”, apelido da sede da Polícia Federal em Brasília, não se falava em outra coisa, a não ser a saída do ministro Sérgio Moro e os bastidores da exoneração do diretor-geral Maurício Valeixo, que para muitos já era esperada.

Junto com isso, segundo reportagem do R7, tanto em Brasília como em algumas superintendências da instituição nos estados, muito receio sobre quais condições de pressão e temperatura o novo diretor geral da PF será submetido. Outra dúvida é qual será o impacto de mudanças em posições chaves e seus impactos no curso de investigações.

Alguns delegados federais avaliam ainda que, Alexandre Ramagem, nome ainda não oficializado, mas escolhido pelo presidente Bolsonaro para assumir o posto de diretor-geral da corporação, é visto como “um bom delegado”, mas terá o maior desafio de sua carreira profissional se vier a assumir o cargo.

Além disto, há expectativas também sobre quem irá comandar o Ministério da Justiça, e qual a influência que irá exercer em toda a estrutura da Polícia Federal.

A ADPF (Associação dos Delegados da Polícia Federal) chegou a emitir uma nota em que diz que “as interferências externas atrapalham o andamento das investigações” e que “nenhuma instituição consegue se manter com trocas de comando frequentes.”

Esse posicionamento reflete a preocupação da categoria com a troca do comando da Polícia Federal, mas também o receio de qualquer tipo de interferência em sua atividade, teor de parte da denúncia de Moro.

Esse movimento fez crescer o apoio e empenho para, aqueles delegados e agentes federais que têm força, ampliarem pressões no Congresso Nacional para a aprovação de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que daria autonomia para o órgão, evitando interferências externas com garantias de verbas para as atividades de polícia judiciária federativa.

Apesar das preocupações e o clima ruim que se ergueram, há também um senso de união, que tem sido visto como o fio de esperança para garantir que nenhum tipo de interferência prejudique os trabalhos da Polícia Federal no país.

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