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quarta-feira 22 de abril de 2020 às 18:39h

Falta de ‘traquejo político’ faz novo ministro da Saúde penar com assédio de parlamentares

POLÍTICA


Um dos principais fatores que levaram o presidente Jair Bolsonaro a escolher o oncologista Nelson Teich para o lugar de Luiz Henrique Mandetta é que, diferentemente do ex-chefe da Saúde, Teich não é um político de ofício.

Como técnico, o ministro assumiu o controle de um sistema fadado a entrar em colapso por causa da onda de casos de coronavírus que varre o país e já provoca enterros coletivos em valas no Amazonas. Próximo estado a caminho do caos, o Pará cobra abertamente a agilidade do governo federal para tentar evitar o pior.

No meio de tudo isso, conforme a coluna Radar, a falta de veia política tem custado caro a Teich. Sem saber dizer não aos movimentos de algumas figuras que batem à sua porta, o ministro surgiu nesta tarde num vídeo com o deputado Fábio Faria (PSD-RN). Completamente desconfortável em cena, Teich observa o deputado cobrar a liberação de quinze respiradores para o Rio Grande do Norte, seu curral eleitoral, além de uma carga de testes de coronavírus.

O ministro, sem o talento político para as promessas fáceis, lembra ao deputado, na questão dos testes, que há um país inteiro na mesma situação do reduto político de Faria: “Uma coisa que tem que ficar bem clara é que o ministério tem o compromisso com o Brasil inteiro. A gente vai, com o recebimento dos testes, oferecer nos diferentes estados, a gente vai avaliar e vocês vão ter uma parte disso”.Em relação aos respiradores, nada de frases afirmativas — na linha “vamos liberar hoje mesmo” ou “já estou mandando liberar” — para fazer o filme do deputado com a base. O ministro é evasivo. “Em relação aos respiradores, eu me comprometo a avaliar o que está acontecendo e tentar trazer uma solução o mais rápido possível”, diz Teich.

O deputado encerra o vídeo com um “obrigado”: “Vá trabalhar aí, obrigado pela oportunidade de agenda”.

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